AM de Lisboa defende necessidade de reverter tendência de impermeabilização dos solos
A Assembleia Municipal de Lisboa defendeu ontem a necessidade de reverter a tendência de impermeabilização dos solos na cidade, inclusive através da revisão do Plano Director Municipal (PDM), para mitigar os efeitos de fenómenos meteorológicos extremos, nomeadamente inundações.
Num debate de actualidade sobre o tema "Inundações em Lisboa e a necessidade de respostas efectivas às populações e às alterações climáticas", requerido pelo grupo municipal do PEV, os deputados voltaram a rever os efeitos das chuvas fortes e persistes registadas em Dezembro, que provocaram um prejuízo total de 49 milhões de euros, segundo o levantamento apresentado pela Câmara Municipal.
De forma consensual, os grupos municipais de PEV, BE, PCP, Chega, PAN, MPT, PS, Livre, PSD e Aliança, que intervieram no debate, realçaram a urgência de agir para preparar a cidade para a ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos, que podem ser mais frequentes devido às alterações climáticas, e concordaram na importância do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) e na necessidade de rever os licenciamentos urbanísticos, para reverter a tendência de impermeabilização dos solos.
Em representação da Câmara Municipal de Lisboa, a vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), reforçou que “o Plano Geral Drenagem de Lisboa não são só dois túneis, são obras no valor de 250 milhões de euros”, em que os dois túneis representam um investimento de 130 milhões, indicando que desde 2015 e até hoje foram gastos oito milhões, com a construção de duas bacias de retenção e revisão de dois colectores.
Filipa Roseta afirmou que o sistema de colectores da cidade, de 1.600 quilómetros, que atravessa quatro séculos, está “muito degradado” e as obras de reparação são “muito difíceis” e demoram meses, como é o caso do colector pombalino na Rua Prata, que colapsou em Dezembro, indicando que o atual executivo duplicou as brigadas de coletores e que a revisão do PDM avança este ano.
Com o período de execução 2016-2030, o PGDL é “a obra invisível” que vai proteger a cidade para os impactos das alterações climáticas, nomeadamente evitar cheias e inundações, permitir a reutilização de águas e diminuir a factura da água potável, incluindo a construção de dois grandes túneis, um entre Monsanto e Santa Apolónia e outro entre Chelas e Beato.
O problema da impermeabilização dos solos é, no entanto, transversal a muitas cidades do paí.
Lusa/DI