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86,6% dos portugueses obtiveram a licença de construção no tempo previsto

Construção

86,6% dos portugueses obtiveram a licença de construção no tempo previsto

11 de dezembro de 2025

Em média, o tempo previsto para a obtenção da licença de construção foi de 105 dias e 86,6% das pessoas referiram que esse prazo foi cumprido. Este é o retrato da construção de casas em Portugal de acordo com o estudo "Construir Casa: Motivações e experiências de quem construiu casa nos últimos 2 anos", realizado pela UCI com a Spirituc — Investigação Aplicada.

Entre as várias conclusões deste estudo, destaque para:

Aquisição do terreno e elaboração do projecto

- A maioria das pessoas recebeu o terreno de herança ou como doação (35%) ou adquiriu o terreno com capitais próprios (39,8%);

- O tempo médio previsto para a obtenção da licença de construção foi de 105 dias e 86,6% dos inquiridos referiram que esse prazo foi cumprido. Apenas 13,4% falam numa derrapagem de tempo que chegou, nesses casos, em média, a 70 dias;

- O tempo médio previsto para a elaboração dos projectos foi de 155 dias, com a maioria das pessoas a indicar que este período foi cumprido. Quando tal não aconteceu, como indicado por 14,7% dos inquiridos, houve uma derrapagem média de 159 dias para conclusão do projecto, demorando, assim, mais do dobro do tempo do inicialmente previsto;

- Há vários tipos de dificuldades apontadas na primeira fase de construção, tais como: encontrar o terreno com as características desejadas (36,8%), burocracia com a aprovação do projeto de construção e licenciamento (34,4%) e encontrar um terreno na localização pretendida (29%). Apenas 5,9% identifica o financiamento do projeto como uma dificuldade.

Financiamento da construção

- A maioria das pessoas recorre a crédito para construção (55%), seja como única fonte de financiamento (29,3%), seja associado a capitais próprios (25,7%);

- Os portugueses pediram, em média, 189 mil euros de crédito para construção, sendo que esse valor terá representado 64,3% do custo total da construção. Neste processo de financiamento, as principais dificuldades passaram pela burocracia (30,4%), valor elevado da prestação (17,6%), tempo necessário para aprovação (16,1%) e valor disponível para entrada muito baixo (16,1%).

Novas formas de construir casas ganham relevância

- 55,3% das pessoas optaram por alvenaria, o método mais habitual no nosso mercado, mas 27,8% escolheram casas modulares e 10,3% casas em madeira, o que demonstra uma maior procura de alternativas no sector;

- Os critérios que mais influenciaram a escolha dos materiais utilizados em obra foram o preço (77,3%), o conforto (62,8%) e a sustentabilidade dos mesmos (50,1%);

- A maioria (72,5%) referiu que a construção foi feita por uma empresa de construção, havendo ainda 18,5% que confiaram num conhecido ou familiar para fazê-lo;

- A percepção de que as obras em Portugal costumam derrapar no orçamento é contrariada pelos inquiridos deste estudo, já que 86,4% das pessoas que já terminaram a obra referem que o orçamento foi cumprido. Quando tal não aconteceu, deveu-se a aumento dos preços causado pela inflação (56,1%), alterações ao projeto inicial (46,3%), atrasos na obra (39%), e custos mal estimados (39%). Apenas 12,2% referem falta de mão-de-obra. Para 85% das pessoas inquiridas, o tempo previsto para a construção foi cumprido, indicando um tempo médio de construção de 414 dias.

Importância de personalizar a casa e de garantir qualidade

- A maioria dos inquiridos (63,2%) decide construir uma habitação própria pela possibilidade de personalizar a casa. Quase metade (49,1%) aponta como razão a garantia de qualidade de construção e 36,7% referem a garantia de uma casa mais sustentável;

- A maioria das habitações está a ser construída no distrito de residência atual (92,6%), pela proximidade de amigos e familiares e pelos bons acessos.

O papel da sustentabilidade na tomada de decisão

- 59,7% dos inquiridos afirmam que a sustentabilidade desempenhou um papel importante nas decisões ligadas à construção de novas casas;

- 56,2% apontam como as principais preocupações que tiveram em termos de sustentabilidade se prenderam com o isolamento térmico e cobertura para redução do consumo de electricidade e aquecimento, seguindo-se a maximização da luz/calor natural (46,3%) e obter uma boa classificação energética (30,6%);

- A esmagadora maioria dos inquiridos (82%) conseguiu cumprir na totalidade as preocupações relativas à sustentabilidade no momento da construção;

- 77,8% dos inquiridos consideram muito importante que a sua casa tenha resistência a desastres naturais e 81,5% dos inquiridos incluíram, em projeto, formas de tornar as casas mais resistentes a estes fenómenos.

O inquérito contou com a participação de 611 inquiridos, de todas as regiões do país, que passaram pelo processo de construção de habitação própria nos últimos 24 meses, e que foi complementado com a análise dos resultados por um grupo de arquitetos.