
Foto CM de Setúbal
Zeca Afonso tem estátua em Azeitão, terra onde viveu os últimos anos da sua vida
Os presidentes da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, e da Junta de Freguesia de Azeitão, Sónia Paulo, inauguraram ontem uma peça escultórica de homenagem a José Afonso, em Vila Nogueira de Azeitão, no âmbito das comemorações dos 49 anos do 25 de Abril.
O compositor e cantor da senha da Revolução dos Cravos viveu os seus últimos oito anos de vida na freguesia sadina, pelo que a escultura tem a frase "Zeca Afonso em Azeitão (1979/1987)".
A obra em aço Corten do artista setubalense Ricardo Crista, que retrata o poeta, cantor e compositor a empunhar um cravo no seu último concerto em Lisboa, realizado em 29 de Janeiro de 1983 no Coliseu dos Recreios, foi instalada no Rossio de Vila Nogueira, muito perto das estátuas de Sebastião da Gama, o Poeta da Arrábida, e de Carlos Alberto Ferreira Júnior, recordado como um exemplo de cidadania.
Num discurso em que recordou textos de José Afonso e o seu percurso, da chegada a Setúbal em 1967, para dar aulas no Liceu Nacional de Setúbal, a exclusão do ensino oficial por razões políticas no ano seguinte, o que levou a dedicar-se à música, e a reintegração no ensino oficial, em 1983, para dar aulas de história e de português na Escola Preparatória de Azeitão, a Presidente da Freguesia de Azeitão, Sónia Paulo, sublinhou a justeza da homenagem.
"Hoje, Azeitão ganha uma nova obra com a certeza de que faz a justa homenagem a José Afonso e a todos os que lutaram e levaram a mensagem encorajadora e determinante para que a Revolução acontecesse. Esta é uma homenagem ao Zeca, mas também a muitos cantautores da música de intervenção que nos mostram o quanto a arte e a cultura têm o poder de transformar", disse.
O presidente da Câmara salientou, por seu turno, que as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril em Setúbal também prestam homenagem a José Afonso, ao homem e à sua obra. "Zeca Afonso foi um homem do mundo, que cantou músicas e poemas populares. Popularizou o saber de muitas regiões deste país que viviam amordaçadas e isoladas, mas que tinham um sentir muito profundo", afirmou.