Hotelaria e restauração apresentam programa de emergência para salvar empresas
Com 10 medidas para evitar a destruição de empresas e do emprego, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal - AHRESP, lança um Programa de Emergência para garantir a sobrevivência das mais de 119 mil empresas e dos 400 mil postos de trabalho directo.
A associação revela que todas as regras de carácter sanitário, que não têm competência para contestar, têm agravado as frágeis condições das actividades da restauração e bebidas e do alojamento turístico (Canal HORECA). "Pelo que é urgente recorrer-se a medidas de apoio que vão além daquelas que o Governo tem vindo a implementar. A AHRESP considera que, nesta altura, um conjunto de propostas devem ser apresentadas e acolhidas pelo Governo, no sentido de permitir a liquidez necessária nestas empresas e, com isso, evitar o recurso em massa a insolvências, com a consequente degradação do mercado de trabalho", admite a associação em comunicado.
Os resultados mais recentes do inquérito mensal realizado pela AHRESP, relativo ao mês de Outubro, indicam a urgência de apoios específicos, uma vez que 43% das empresas de restauração e bebidas e 19% das empresas do alojamento turístico assumem que vão avançar para insolvência. Também o nível de despedimentos já referido nestes sectores é preocupante: 45% das empresas de restauração e 25% no alojamento turístico já efectuaram despedimentos após a declaração do estado de emergência.
As 10 medidas fundamentais segundo a AHRESP para a sustentabilidade dos negócios e a manutenção dos postos de trabalho da restauração e bebidas e do alojamento turístico:
1. Aplicação temporária da taxa reduzida de IVA aos serviços de alimentação e bebidas
• A redução temporária da taxa do IVA apenas exigirá ao Estado um esforço de 90 milhões de euros, mas permitirá um reforço universal na tesouraria das empresas, impedindo o encerramento de 10 mil empresas e a destruição de 46 mil postos de trabalho.
2. Incentivo Não Reembolsável para micro, pequenas e médias empresas
• Atribuição de um incentivo não reembolsável, correspondendo a 50% da quebra de facturação registada em cada um dos meses, a vigorar até 31 de Dezembro de 2021.
3. Proteção do Emprego
• Extensão do lay off simplificado até 31 de Dezembro de 2021, com a inclusão dos sócios-gerentes;
• Isenção da TSU a cargo das empresas até 31 de Dezembro de 2021.
4. Campanha de Dinamização do Consumo
• Implementação de uma campanha de dinamização do consumo, com atribuição de descontos diretos e imediatos, à semelhança da campanha realizada no Reino Unido.
5. Apoios específicos à Animação Noturna
• Atribuição de um incentivo não reembolsável, correspondendo a 80% de metade do volume de negócios registado no e-Fatura em 2019;
• Apoio de 90% da Segurança Social no lay off simplificado;
• Financiamento reembolsável, sem juros, para pagamento a fornecedores.
6. Moratórias Fiscais e Contributivas
• Implementação de novas moratórias fiscais e contributivas, nomeadamente sobre IVA, IRC, IRS, bem como de todos os impostos e tributações devidos até 30 de Setembro de 2021.
7. Moratórias sobre as Rendas
• Isenção no valor da renda, proporcional à quebra mensal de faturação.
8. Apoios Municipais
• Isenção de rendas e taxas municipais;
• Apoio à dinamização das esplanadas;
• Regulamentação uniforme no que respeita aos horários de funcionamento.
9. Suspensão da Aplicação de Iniciativas Legais Nacionais e Comunitárias
• Suspensão, até 31 de Dezembro de 2021, da aplicação de quaisquer iniciativas legais que agravem custos para as empresas
10. Quadro Normativo para cada um dos Estados da Pandemia
• Clarificação das medidas aplicáveis a cada um dos estados da pandemia, para evitar interpretações diversas por parte dos operadores e dificuldades na uniformização de critérios nas ações fiscalizadoras e inspetivas por parte dos diversos organismos públicos.