Turismo português perdeu um dos seus progenitores
André Jordan faleceu aos 90 anos de idade. Todos aqueles que o conheceram ou com ele privaram não podem deixar de sentir a perda dolorosa deste homem, sábio, acolhedor e humanista. Conhecido por muitos como o Senhor Turismo, ou Pai do Turismo Português por outros, Jordan foi fundador da Quinta do Lago e do Belas Clube de Campo, transformou Vilamoura no caso de sucesso que hoje conhecemos, entre outros notáveis projectos de excelência.
Andrzej Franciszek Spitzman Jordan, nascido em Lviv, Ucrânia, em 1933, passou por vários obstáculos na sua infância e, como tantas outras famílias, procurou exílio fora da Europa. Veio assim para Portugal em 1971, após vários anos de experiência no sector imobiliário em países como o Brasil e Estados Unidos da América.
Em Portugal criou, no Algarve, o primeiro empreendimento de turismo residencial de luxo do país ligado ao golfe, que acabou por vender no final da década de 80 – A Quinta do Lago. Desenvolveu também, no início da década de 90, na Região de Lisboa, o Belas Clube de Campo. Para além de todos os investimentos realizados e empreendimentos construídos, André Jordan criou ainda nove campos de golfe em Portugal, transformando assim, com criatividade e capacidade de inovação, o rumo da história do golfe em Portugal e na Europa, que de desporto secundário evoluiu para uma indústria multimilionária. Foi também impulsionador do projecto de Vilamoura no Algarve.
A sua marca e legado estendem-se ainda a áreas como a cultura e a literatura e são consideradas como pilares do sector turístico em Portugal.
“André Jordan foi um visionário e um homem com um enorme sentido de legado. A marca indelével que deixa sobretudo no Turismo em Portugal, mas também noutras áreas, faz dele um dos gigantes do nosso tempo moderno. A sua audácia e visão fizeram de Portugal um destino capacitado para receber o melhor do Turismo mundial, contribuindo assim de forma decisiva para a economia portuguesa ao longo de várias décadas”, refere Bernardo Corrêa de Barros, presidente do Turismo de Cascais. “Tive o privilégio imenso de privar pessoalmente com André Jordan e testemunhar o seu maior legado – a sua família. O entusiasmo por Portugal e pelo setor do Turismo foram absolutamente fundamentais para o trabalho que desenvolvo hoje, levando sempre os seus valores como referência. Deixa um legado que fica para a história global, abraçando a causa do turismo e do golfe como ninguém o havia feito no nosso país. Era um homem de intenções nobres, um homem das emoções e relações pessoais, tendo partilhado por diversas vezes que a amizade era o seu “maior luxo”. Tinha quatro filhos e nove netos, a quem deixamos as mais verdadeiras e sentidas condolências” acrescenta o presidente do Turismo de Cascais.
O DI associa-se a esta homenagem e partilha este momento de pesar. Enquanto jornalistas ligados ao sector imobiliário, ao longo dos anos convivemos em vários momentos com André Jordan. Dele recebemos sempre carinhosas demonstrações de afeto. A sua “Viagem pela Vida” (título de um dos seus livros) chegou ao fim, dele guardamos a sua humanidade, o seu exemplo, a sua lucidez e visão estratégica para o Turismo deste Portugal que ele tanto amou.