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Previsões apontam para um crescimento do Valor Bruto da Produção da Construção em 2023

5 de janeiro de 2023

A economia portuguesa, segundo as estimativas oficiais, deverá registar em 2023 um ligeiro crescimento de cerca de 1%, após um forte aumento de 6,7% do PIB em 2022, ano em que a atividade económica, apesar dos impactos negativos provocados pela guerra na Ucrânia, pela crise energética e pelo crescimento da inflação e das taxas de juro, beneficiou dos contributos da recuperação do turismo e do consumo privado, avança a associação da construção e obras públicas, AICCOPN.

No sector da Construção e após um aumento estimado da produção de 3,4% em 2022, as previsões apontam para o crescimento da actividade, antecipando-se um acréscimo real do Valor Bruto de Produção do sector em 2023 entre 2,4% e 4,4%, intervalo a que corresponde um ponto médio de 3,4%.

Efetivamente, durante 2022,apesar de todos os constrangimentos que afetaram a atividade económica, assistiu-se, novamente, a uma elevada resiliência das empresas de construção, com a maioria dos indicadores setoriais a registarem uma evolução positiva, destacando-se o crescimento de 9% do emprego assegurado, no 3º trimestre de 2022, para o nível mais elevado dos últimos 10 anos e o aumento de 0,8% e de 1,1% do Investimento em Construção e do VAB do sector da Construção, respectivamente, nos primeiros nove meses de 2022, todos em termos homólogos.

No segmento da habitação, apura-se, igualmente, uma evolução positiva nos principais indicadores em 2022, face ao período homólogo, destacando-se as variações de +5,4% e de +7,6% do número de alojamentos licenciados em construções novas e do montante do novo crédito à habitação concedido pelas instituições financeiras até outubro, a valorização de 13,9%, em Novembro, do valor mediano da habitação para efeitos de avaliação bancária, bem como o aumento de 8%, em número, e de 22,9%, em valor, das transações de alojamentos familiares, nos primeiros 9 meses de 2022. Deste modo, tendo em conta a evolução dos indicadores em 2022 e fatores como o nível da procura por habitação, o atual enquadramento das taxas de juro, o aumento da procura por soluções energeticamente mais eficientes e do vetor com maior dimensão no PRR ser a habitação, a previsão para 2023 aponta para uma taxa de crescimento entre 1,5% e 4,5%, a que corresponde um ponto médio de 3,0%, neste segmento, após o aumento de 3,7% estimado para 2022.

No que diz respeito ao segmento dos edifícios não residenciais, apesar da evolução mais positiva que o esperado na componente privada, que se encontra espelhada na área licenciada até outubro de 2022, que apresenta um acréscimo de 9,7%, em termos homólogos, prevê-se um ligeiro crescimento em 2023, que se deverá situar entre 0,2% e 1,2%, em resultado de um cenário de evolução modesta da produção, quer na vertente privada quer na vertente pública.

Relativamente ao segmento da engenharia civil, cuja produção beneficia, atualmente, dos elevados níveis de adjudicações ocorridos em 2020 e em 2021, com os contratos de empreitadas de obras públicas celebrados a totalizarem, nesse período, 7.759 milhões de euros, as expectativas são que se mantenha, novamente, como o mais dinâmico em 2023, prevendo-se um crescimento homólogo entre 4% e 6% do seu valor bruto da produção, em resultado dos investimentos previstos no PRR e no Portugal 2020, que se encontra no seu final de ciclo.

Desta forma, prevê-se que em 2023, em linha com as previsões da Comissão Europeia para a evolução do investimento em construção, o Setor da Construção dê continuidade ao importante contributo para a evolução da economia nacional, com a produção total, em termos reais, no ponto médio do intervalo de previsão, a crescer 3,4% e a situar-se, em valor, nos 21.782,5 milhões de euros.