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Presidente do BCE alerta para exposição da banca da zona euro ao imobiliário

Foto Wikipedia

Presidente do BCE alerta para exposição da banca da zona euro ao imobiliário

21 de março de 2024

A presidente do BCE enalteceu hoje a resiliência da banca da zona euro em 2023, mas alertou para riscos que existem este ano, com mais malparado e a exposição das instituições financeiras a sectores vulneráveis como o imobiliário comercial.

No relatório anual do Banco Central Europeu (BCE) sobre as actividades de supervisão em 2023, hoje divulgado, a presidente da instituição, Christine Lagarde, salientou que os bancos europeus continuaram a "navegar" num ambiente desafiante em 2023, mas continuam a existir diversos desafios.

“Embora as taxas de juro mais elevadas tenham afectado as margens de juro líquidas dos bancos da zona euro, levando a uma rendibilidade média dos capitais próprios de 10% no terceiro trimestre de 2023, as taxas de depósito e os non-performing loans [crédito malparado] estão a aumentar”, refere.

A presidente do BCE salientou que “os supervisores irão continuar a monitorizar de perto os riscos”, em particular “a exposição dos bancos a sectores vulneráveis, como o imobiliário comercial”, e irão abordar “as preocupações sobre a governança dos bancos e os quadros internos de controlo de risco”.


Sede BCE - Foto de Oliver Wendel (Unsplash)


O relatório indica que a rendibilidade dos bancos melhorou ainda mais em 2023, mas os supervisores continuam cautelosos quanto à sustentabilidade deste aumento, e que a subida das provisões devido ao maior risco de crédito pode pesar nos lucros futuros.

Christine Lagarde realçou que a banca da zona euro enfrentou no ano passado uma economia mais fraca e riscos geopolíticos crescentes, especialmente devido à guerra na Ucrânia e conflito no Médio Oriente, bem como o aperto da política monetária, compensado pelo “trabalho árduo” dos últimos anos para tornar a banca mais resiliente.

“Os bancos mantiveram posições sólidas de capital e liquidez, com o rácio agregado de fundos próprios principais de nível 1 dos bancos supervisionados a situar-se em 15,6%, próximo do seu nível recorde”, exemplificou.

Segundo Lagarde, este nível permitiu proteger o sector de choques externos e que “os bancos transmitissem sem problemas o aperto da política do BCE à economia”.

A responsável do BCE defendeu ainda que “a resiliência e a adaptabilidade serão cruciais para enfrentar os desafios estruturais colocados pelas alterações climáticas e pela digitalização”, destacando que, em 2024, “espera-se que os bancos cumpram as expectativas de supervisão do BCE sobre os riscos climáticos e ambientais e integrem esses riscos nas suas estratégias e processos de gestão de riscos”.

“À medida que a utilização da inteligência artificial se torna mais generalizada, os supervisores continuarão a examinar minuciosamente as estratégias de digitalização dos bancos e a sua resiliência aos ataques cibernéticos”, disse.

Lusa/DI