Preços globais da habitação crescem ao ritmo mais lento desde 2015. Portugal é o 9º mercado com melhor desempenho
O crescimento médio anual dos preços nos 56 mercados abrangidos pelo Knight Frank Global House Price Index abrandou para 3,6% nos 12 meses até ao final do 1.º trimestre de 2023, face a 5,7% no trimestre anterior. Estes números demonstram que os preços das casas em todo o mundo estão sob pressão à medida que os bancos centrais tentam controlar a inflação.
De acordo com o relatório da Knight Frank, associada da empresa portuguesa Quintela+Penalva desde 2021, o índice está a subir ao ritmo anual mais lento desde o terceiro trimestre de 2015 e desceu do pico recente de 11,1% de crescimento no ano até ao primeiro trimestre de 2022, quando os mercados globais estavam em expansão no rescaldo da pandemia.
Dos 56 mercados acompanhados, 17 registaram descidas no período analisado (do primeiro trimestre de 2022 ao primeiro de 2023), oito das quais com uma contração superior a 5%. 23 dos mercados abrangidos registaram quedas de preços no mais recente período de três meses. Embora os dados mais recentes revelem um abrandamento substancial do crescimento anual dos preços, o crescimento trimestral melhorou. Os preços globais das casas contraíram 0,6% nos últimos três meses de 2022, mas registaram um aumento de 1,5% nos primeiros três meses de 2023.
Portugal, por seu turno, mostra um comportamento distinto, figurando no top 10 do índice dos mercados cujos preços mais cresceram no último ano (11,4%). Porém, segundo o relatório da Knight Frank , o preço das casas em Portugal mostra sinais de abrandamento, com um crescimento de 3,8% nos últimos 6 meses e 1,7% no último trimestre.
Este índice é liderado pela Turquia, que regista um crescimento de 132,8% (12 meses até ao 1.º trimestre de 2023), resultado de uma inflação galopante. Segue-se a Macedónia do Norte (18,8%) e a Croácia (17,3). Portugal é ainda precedido pela Hungria (16,6%), Lituânia (15,3%), Grécia (14,5%), Islândia (13,4%) e México (11,7%).
Os países da Europa do Leste e também do sudeste europeu dominam o top 10 anual, enquanto Singapura é o país com melhor desempenho na região Ásia-Pacífico, com um crescimento anual de 11,3%. Já Coreia do Sul (-15,7%), Nova Zelândia (-13%), Hong Kong (-10,3%) e Suécia (-8,8%) estão no fundo da tabela.
Se analisarmos apenas a variação de três meses até ao 1º trimestre de 2023, o mercado que regista o maior crescimento é a Turquia (22,2%), seguida da Lituânia (8,2%) e de Malta (7,3%). Os mercados cujos preços mais desceram no mesmo período foram a Suécia (-4,5%), a Nova Zelândia (-4,1%) e a Eslováquia (-3,9%).