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Portugal sobre rodas: 76% dos portugueses continuam a ir trabalhar… de carro
Nem o preço dos combustíveis, nem os engarrafamentos eternos, nem a sedução dos práticos passes-sociais, nem os apelos à sustentabilidade parecem travar a paixão nacional pelo automóvel. Segundo um estudo da EasyPark, três em cada quatro portugueses (75,8%) continuam a usar o carro todos os dias para ir trabalhar, um aumento de 5% face a 2023 — sinal de que o amor pelo volante resiste a tudo, até ao trânsito.
Os dados da EasyPark demonstram ainda uma tendência bastante semelhante em todo o país. Considerando alguns municípios representativos de Portugal, é observável que os valores de utilização diária estão, em todos eles, acima, ou muito próximos, dos 70%.
«Três em cada quatro portugueses (75,8%) continuam a usar o carro todos os dias para ir trabalhar, um aumento de 5% face a 2023...»
Entre deslocações para o escritório, idas às aulas ou ao ginásio, o carro mantém o estatuto de extensão da casa e do ego, com o transporte público a assistir de longe, sem grande protagonismo. Os autocarros e comboios podem ser mais sustentáveis, mas aparentemente ainda não são tão “práticos” como o conforto do banco do condutor e o ar condicionado à medida.
O resultado? Mais carros, mais tráfego, mais stress e menos espaço para estacionar, especialmente nos centros urbanos já saturados. Lisboa, curiosamente, é a cidade onde se regista a menor percentagem de utilização diária do automóvel — talvez porque o metro e o autocarro, entre atrasos e greves, ainda conseguem competir com o caos de procurar lugar no Chiado.
Os dados constantes destas informações são fruto de um questionário realizado pela EasyPark a condutores portugueses com 18 anos ou mais em todo o território nacional.
Jennifer Amador Tavares de Sousa, directora da EasyPark para Portugal e Espanha, alerta que “a mobilidade urbana é uma preocupação do presente, cujos efeitos se farão sentir ainda mais no futuro”. Mas, pelos vistos, o futuro pode esperar — desde que haja lugar para estacionar à porta do trabalho.