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Entrevistas

José Rui Meneses e Castro, partner da MAP Engenharia

Portugal como destino preferencial a nível mundial veio para ficar

19 de dezembro de 2022

Na opinião de José Rui Meneses e Castro, partner da MAP Engenharia, os empreendimentos de gama alta ou luxo, serão aqueles que mais facilmente conseguirão absorver as dificuldades de contexto (taxas de juro e inflação elevadas) em 2023 e continuarão com decisões de investimento mais céleres.

Admite mesmo que têm de ser criadas definitivamente as condições públicas (aeroporto, ferrovia, licenciamentos, etc.) necessárias para não estrangular esta onda de atração por Portugal, que seguramente dinamizará o investimento privado.

Que balanço faz do mercado imobiliário de 2022?

Dado o contexto socioeconómico em que vivemos, podemos considerar que 2022 foi um ano positivo para o mercado imobiliário. Apesar de estarmos a viver uma época de pós-pandemia, guerra, crise energética, taxas de inflação e de juro altas, conseguimos ter um ano com valores de investimento bastante elevados e até recordes em alguns sectores. De referir ainda o crescimento do mercado de escritórios, residencial e a retoma do mercado hoteleiro, que tinham sido muito afetados no período de pandemia. O contínuo crescimento dos preços de venda e de arrendamento do mercado residencial é reflexo da escassez de oferta em todos os segmentos.

Quais os desafios que mais afectaram o mercado?

Os grandes desafios, foram sem dúvida o aumento das taxas de inflação, que criam incerteza em todos os intervenientes num desenvolvimento imobiliário. A atractividade de Portugal como destino de investimento e de residência, tem ajudado a mitigar os efeitos destes desafios. No entanto, tem sido extremamente desafiante encontrar soluções para executar um projecto de habitação para a classe média-baixa, face aos rendimentos médios destas pessoas.

O que se pode esperar para 2023?

Como indicador, na MAP, continuamos a receber muitas solicitações para a construção de todo o tipo de projectos nos mais variados sectores e tentamos em conjunto com os nossos clientes e investidores combater o pessimismo generalizado para 2023.

Apesar de estarmos a iniciar diversos projectos para o segmento médio residencial, que obrigaram a um grande esforço de todas as partes envolvidas para os viabilizar, verificamos que os empreendimentos de gama alta ou luxo, serão aqueles que mais facilmente conseguirão absorver as dificuldades de contexto (taxas de juro e inflação elevadas) e continuarão com decisões de investimento mais céleres. O sector hoteleiro será também em 2023 um mercado que terá um papel bastante relevante na nossa actividade.

Acredito que Portugal como destino preferencial a nível mundial, veio para ficar! Têm de ser criadas definitivamente as condições públicas (aeroporto, ferrovia, licenciamentos, etc.) necessárias para não estrangular esta onda, que seguramente dinamizará o investimento privado, permitindo que as empresas aumentem a sua actividade e rentabilidade e consequentemente consigam proporcionar rendimentos mais altos para as pessoas que nelas trabalham.

https://www.diarioimobiliario.pt/2022-pode-ser-o-melhor-ano-de-sempre-do-imobiliario-mas-em-2023-pode-abrandar