Logo Diário Imobiliário
CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
JPS Group 2024Porta da Frente
Opinião
Porque está Lisboa no centro do mundo?

 

Porque está Lisboa no centro do mundo?

21 de fevereiro de 2018

Perante um mundo global e de constantes alterações dos mercados, as cidades do mundo reinventam-se. Com a Indústria 4.0 mudam as regras em tantos aspetos, como a abertura a novos tipos de organização do trabalho, novas formas de criatividade, novos modelos contributivos onde aumenta a integração de elementos de fora da organização, e onde as fronteiras caem, e desaparecem as limitações geográficas que determinavam onde devemos trabalhar. Entre tantas outras novas dinâmicas. Às cidades desta nova realidade é pedido que integrem espaço e lugares para a afirmação deste novo mundo sem fronteiras.

Lisboa percebeu que, acolher um evento catalisador como o Web Summit, seria um sinal da sua capacidade para atrair e fixar as empresas e as pessoas da era digital. O custo de vida da cidade, relativamente baixo comparado com outras metrópoles, a sua centralidade, uma população que comunica facilmente em outros idiomas, o clima, a gastronomia e a disponibilidade de recursos humanos qualificados, também contribuíram para que Lisboa fosse subindo no pódio das cidades mais atrativas.

Todos os dias, inúmeras empresas e investidores optam por Lisboa. Tendência que se vai manter, e este movimento será decisivo para definir o nível qualitativo dos serviços. As empresas vão determinar novas exigências para a forma como querem trabalhar e para a tipologia dos espaços onde querem desenvolver as suas atividades.

As empresas, nacionais e internacionais, cientes desta nova realidade, procuram espaços de trabalho flexíveis, capazes de as colocar dentro do mercado, perto das oportunidades criadas pela presença e interação dos seus elementos com outras empresas atuando de forma sinérgica e colaborativa.

As mesmas empresas que, cientes do seu papel enquanto agentes de mudança, requerem flexibilidade, redução de custos nos recursos partilhados, conectividade, locais de produção inspiradores e networking. Com isto conseguem atrair e manter os seus recursos humanos, impulsionando o talento e a criatividade dos seus colaboradores exclusivamente focados no seu objetivo.

Adaptando-se a esta realidade, a oferta de espaços de trabalho está também a moldar-se rapidamente. Hoje já não imaginamos uma cidade moderna sem espaços de coworking, onde trabalham todo o tipo de organizações, desde o freelancer, às startups, às PME’s e às grandes empresas. Todos estão a optar pela flexibilidade na forma como estabelecem os contratos de arrendamento, procurando investimento reduzido em instalação de infraestruturas, equipamento, mobiliário, optando por focar-se na capacidade de incorporar mais elementos através da aquisição de mais postos de trabalho. E, com grande enfoque, procurando ser parte de uma comunidade.

Pertencer a uma comunidade é cada vez mais relevante e decisivo para a atração de negócio e partilha da oferta de soluções aos clientes, que aumenta com o número de membros da comunidade e a sua capacidade de interação.

Estamos perante uma tendência irreversível que, cada vez mais, será a forma usual das empresas se organizarem nos espaços de trabalho.

Nos próximos tempos assistiremos a uma segmentação na oferta de serviços de acordo com as necessidades de empresas cada vez mais exigentes em focar os seus recursos no seu negócio, entregando as atividades não estratégicas a prestadores de serviços especializados.

Gustavo Brito

Sócio do LACS - Lisbon Art Center & Studios

*Texto escrito segundo a nova ortografia