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Obrigado Parque EXPO’98

25 de junho de 2018

Território Abandonado.

A Parque Expo’98 pegou numa área da cidade, onde não havia mais nada do que degradação, lixo, esquecimento e uma brutal ferida ecológica.

Pegou num território só conhecido por ter tudo de mal e que ninguém queria, era uma lixeira, um matador, um parque de contentores, uma refinaria ou um depósito de material de guerra.

Renovação Urbana e Ambiental.

Em 1993 a Parque Expo’98 iniciou uma limpeza e regeneração ambiental total de 330 hectares completamente degradados, foi uma tarefa jamais feita no nosso País.

Foram descontaminados os solos que antes estavam ocupados pelas companhias petrolíferas, foram descontaminadas as águas subterrâneas e o Rio Trancão e foi selado o Aterro Sanitário de Beirolas.

Depois da descontaminação deu-se início a um enorme volume de trabalho de infraestruturação. Foi executada uma galeria técnica subterrânea de 6,2 km onde estão instaladas várias infraestruturas modernas e inovadoras como as redes de águas quentes e frias para o ar-condicionado, recolha de lixos por sucção, água potável, água para rega, redes eléctricas e de telecomunicações em fibra óptica.

Exposição.

Em Maio de 1998 a Parque Expo’98 pôs de pé uma exposição que os portugueses se podem orgulhar e que 12 milhões de pessoas visitaram. Pela primeira vez Portugal deu uma mensagem de modernidade, organização e competência ao mundo. Foi uma festa fantástica e fechou-se um ciclo.

Planeamento Urbano.

Paralelamente foi desenhada uma nova cidade, com um planeamento urbano moderno e cuidado para responder às necessidades da Cidade.

Ao contrário do resto do País, quem comprava terrenos na Parque Expo sabia o que podia construir, quantos m2, quantos pisos, qual o uso daquele terreno (habitação, escritórios ou hotel). Neste sentido foram feitos Planos de Urbanização, Planos de Pormenor e Projetos de Reparcelamento.

A Parque Expo foi uma exceção no País e fazia o seu próprio licenciamento de projetos de uma forma rápida e clara.

Aproveitando o investimento na cultura durante a Expo a arte urbana foi uma aposta estruturante em todo a Zona de Intervenção.

Nasceu uma nova zona da cidade, o Parque das Nações.

Quando acabou a exposição o “day after” foi aproveitado e nasceu um espaço de excelência.

Esta Freguesia deve à Parque Expo’98 a sua existência, durante os seus mais de 20 anos de vida foi uma empresa ágil, inovadora e competente, símbolo do talento português.

Deixa-nos uma herança fantástica, uma nova cidade fabulosa com uma relação com o rio incrível, museus, teatros, salas de espetáculos e de exposições.

Fez nascer um bairro totalmente novo que toda a cidade desfruta.

Criou uma nova centralidade.

Nasceu o Parque das Nações.

Esta “cidade” ficou pujante. Cheio de empresas de renome, espaços verdes de qualidade, um sítio onde as pessoas gostam de morar, equipamentos que servem os habitantes do Parque das Nações e de toda a cidade.

Agora, passados 20 anos sabemos que valeu a pena. A consolidação está quase concluída e ficámos com um exemplo de modernidade, de intervenção urbana, de organização e de talento para todo o mundo constatar e desfrutar.

Vamos ser merecedores da herança.

Obrigado Parque Expo’98.

Diogo Freire Andrade (Arquitecto)*

* O autor trabalhou durante sete anos na Parque Expo