O Imobiliário no Metaverso? A corrida ao ouro
O que é que a consultora Price Waterhouse, a Sara Sampaio e a Paris Hilton têm em comum? Uma propriedade no Metaverso. Todos investiram em propriedades no Metaverso.
E o que é o Metaverso?
É considerado pelos media mais reputados como a próxima grande plataforma tecnológica.
É um mundo Virtual 3d, social e persistente no tempo, partilhado. É a convergência de um território físico e digital, numa evolução da internet e das redes sociais, usando software 3d em tempo real. E com uma arquitetura tecnológica distinta, que consiste em aplicações blockchain, descentralizadas, garante uma economia de posse e transações de ativos e dados com segurança. E é esta tecnologia que faz toda a diferença.
Blockchain, transações, nova economia?
São muitos conceitos, mas vamos tentar explicar da forma mais simples. O Blockchain é uma tecnologia que grava transações numa base de dados pública e descentralizada. Por exemplo se eu comprar um ativo digital neste mundo virtual, esta tecnologia permite que eu seja o único proprietário deste bem virtual, transação feita de uma forma transparente (todos conseguem ver) e muito segura (base de dados descentralizada publicada em milhares de computadores). E permite também que eu faça a venda do mesmo bem, com uma transação acordada com outro comprador.
E como aceder ao Metaverso?
Hoje, as pessoas podem aceder a estes mundos (há várias aplicações, com vários “mundos virtuais”) através de um computador normal e acesso à internet. A Meta (antigo Facebook) e outras grandes tecnológicas têm uma visão de longo prazo de construir mundos imersivos de 360 graus, que as pessoas acedem por meio de óculos de realidade virtual como o Oculus da Meta ou outros aparelhos, que permitem melhorar a experiência de estar no Metaverso.
O que é que contempla o Metaverso?
Vamos chamar de mundo social virtual. As pessoas do mundo real podem aceder a algumas plataformas, criar o seu avatar (personagens de desenho animado) e podem explorar território, experiências, ir a eventos, concertos, falar e estar com outros avatares, comprar e vender bens digitais.
Neste mundo virtual, há várias plataformas (vários mundos) às quais podemos aceder, a Decentraland, a Roblox, a Sandbox, entre muitas outras e a ideia é que no futuro estas plataformas que sejam interoperáveis e interligadas (o mundo Metaverso).
Por exemplo, a Decentraland, podemos ver em baixo. É um mundo descentralizado. O que significa isto? Significa que os utilizadores podem fazer propostas de governo e de direção deste Mundo, votam e a plataforma avança desta forma descentralizada.
Faz sentido isto do Metaverso?
Tenho percebido que para muitos, o mundo digital é tão importante como o mundo real. Isto não é sobre o que nós, ou os nossos amigos acreditam ou como agem, é sobre o que o futuro faz, como de facto impacta na nossa vida.
Este mundo virtual, estas aplicações, só fazem sentido se tiverem utilizadores, se tiverem uma grande massa de utilizadores. Para terem uma ideia, grandes artistas, incluindo o Justin Bieber, Ariana Grande e DJ Marshmello, já se apresentam com os seus próprios avatares.
A Paris Hilton fez uma festa de Ano Novo como DJ na sua própria ilha virtual no ROBLOX. A nossa modelo Sara Sampaio comprou uma propriedade na Sandbox.
E as marcas estão, anunciam e investem onde as pessoas passam o seu tempo. Por isso será de considerar mais um meio para ganhar notoriedade e envolvimento de clientes e futuros clientes. Caso estas plataformas tenham utilizadores envolvidos e comprometidos com este novo mundo, o investimento de marketing das marcas nestes mundos é garantido.
E como funciona o Real Estate no metaverso?
Três palavras caracterizam este Real Estate: Location, Location, Location.
As parcelas de Real Estate têm mais valor quanto mais movimento têm de utilizadores. Para as marcas e serviços isso terá importância.
Os Lotes virtuais de terreno, por exemplo na plataforma Decentraland, que tem a sua própria moeda criptocoin, chamada MANA, podem ser comprados e vendidos pelos utilizadores.
E como se compra? É muito simples, ou se compra diretamente na plataforma, ou por um promotor. Investidores compram parcelas de terreno e fazem-nas interativas. Podem decorá-las, mudá-las, renová-las. Em vez de termos betão, aço e vidro, temos “simplesmente” linhas de código.
Todos nós sabemos que o imobiliário (Real Estate) tem vindo a aumentar de preço, ano após ano. Agora o que está a acontecer é que esse mercado, no mundo digital, o metaverso, também tem vindo a aumentar de valor. E será uma oportunidade?
Quais os riscos de investimento em Metaverso?
O investimento em metaverso imobiliário ainda é de nicho, é um mercado limitado. Se a plataforma cai (por exemplo o Decentraland, o Roblox), o investimento cai. É como investir em criptocoins, estão em alta, mas o risco de volatilidade é enorme.
A Bloomberg considera que existe uma oportunidade de negócio de 800 Biliões de dólares em 2024. 50% para jogos e hardware de gaming e entretenimento (filmes, concertos ao vivo, eventos desportivos e social com o restante).
É de facto um mercado com potencial enorme, existe liquidez no mercado para financiar e investir, mas será que os primeiros a investir terão first mover advantage? O certo sabemos, é que em todas as corridas ao ouro, quem mais ganha é quem vende picaretas.
Rodrigo Mendonça Mergulhão
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*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico