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Internacional

Paris

Mercados residenciais europeus com grande dinamismo mas com evoluções a diferentes velocidades

18 de dezembro de 2024

Os preços das casas na Europa estão novamente a expandir. 21 dos 30 países registaram novos máximos nos preços. Portugal destacou-se como o 7º mercado em que os preços mais cresceram, diz a Worx.

De acordo com o European Residential Report é o mais recente relatório sob assinatura do BNP Paribas Real Estate, numa parceria estratégica com a Worx Real Estate Consultants, enquanto seu representante em Portugal, e dá a conhecer a evolução dos mercados de venda e arrendamento residenciais na Europa. 

O relatório refere que os mercados residenciais europeus apresentaram grande dinamismo, mas com evoluções a diferentes velocidades, salientando-se o seguinte: - Apesar de um declínio homólogo de 3,8% no 3º trimestre de 2024, nos primeiros nove meses do ano observou-se uma estabilização dos empréstimos hipotecários. A tendência manter-se-á se a política monetária expansionista continuar nos próximos trimestres. 

- Os preços das casas na Europa estão novamente a expandir (+2,9% em termos homólogos no 2º trimestre de 2024). 21 dos 30 países registaram novos máximos nos preços da habitação, sendo que apenas nove países ainda estão abaixo dos seus picos. 

Portugal destacou-se como o 7º mercado em que os preços mais cresceram. 

- Os valores de arrendamento registaram máximos históricos (+3,0% em termos homólogos no 2º trimestre de 2024) resultado da escassez de poder de compra de habitação e às crescentes fricções devidas à regulamentação do arrendamento e da energia pela Europa fora. Portugal revelou-se igualmente o 8º mercado com maior crescimento nas rendas habitacionais.

- Face à evolução de ambos os mercados, neste momento em Portugal tanto compensa comprar, como arrendar casa. O rácio de compra vs renda compara o valor mensal do empréstimo bancário da casa vs a renda mensal do imóvel equivalente. Este rácio demonstrou que compensa largamente comprar casa na Áustria, Alemanha ou na Noruega, mas em Portugal, neste momento, é financeiramente indiferente. 

- Os volumes de investimento aumentaram 2,3 % em termos homólogos no 3º trimestre de 2024, atingindo 22,6 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mantendo uma representatividade no total do volume de investimento imobiliário comercial de 18%. A maior parte do investimento foi predominantemente doméstico e de investidores europeus e focado em negócios inferiores a 50 milhões de euros. Alemanha, Reino Unido e Suécia foram os principais mercados a atrair capital. 

Os especialistas do BNP Paribas Real Estate e da Worx Real Estate Consultants refletem sobre as expectativas para 2025. Anteveem, à luz dos fundamentos apresentados, que os preços da habitação em toda a Europa continuem a subir, impulsionados pela recuperação do poder de compra de habitação devido aos cortes nas taxas de juro dos bancos centrais, aos mercados imobiliários menos caros e à melhoria do rendimento disponível das famílias. Da mesma forma, preveem que o aumento do valor das rendas continue no próximo ano, mas a um ritmo mais lento.

O investimento irá corresponder às oportunidades que existirem no mercado no próximo ano, já que a falta de produto é clara e o sector residencial apresenta fortes fundamentais de desequilíbrio entre oferta e procura. Por outro lado, a necessidade de refinanciamento de alguns players e a regulamentação do arrendamento em alguns países podem ser factores limitadores à canalização de capital para o investimento residencial.