Prestação da casa sobe em Julho para contratos com Euribor a 6 meses e desce a 3 meses
A prestação paga pelos clientes ao banco pelo crédito à habitação vai subir em julho nos contratos indexados à Euribor a seis meses e descer nos a três meses, face às últimas revisões, segundo a simulação da Deco/Dinheiro&Direitos.
Um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um ‘spread’ (margem de lucro do Baco) de 1%, passa a pagar a partir de Julho 447,80 euros, o que traduz uma ligeira subida, de 0,26 euros, face à última revisão em Janeiro.
Já no caso de um empréstimo nas mesmas condições (valor e prazo de amortização), mas indexado à Euribor a três meses, o cliente passa a pagar 445,96 euros, menos 0,26 euros do que pagou desde abril.
Estes valores foram calculados tendo em conta as médias da Euribor no mês de Junho, tendo sido a seis meses de -0,515% e a três meses de -0,543%.
Desde abril de 2020 que milhares de famílias não estão a pagar o crédito à habitação, fazendo uso do decreto-lei do Governo que permite moratórias nos créditos à habitação. O período inicial da suspensão dos pagamentos foi, entretanto, estendido até 30 de Setembro de 2021.
Um diploma publicado no ano passado, mas com produção de efeitos em 1 de Janeiro de 2021 veio permitir a adesão às moratórias até 31 de Março, não podendo o período de aplicação das medidas exceder os nove meses contados da data de comunicação da adesão.
Este limite dos nove meses contempla eventuais períodos que já tenham estado cobertos por moratória.
As famílias que fizeram uso da moratória privada – criada no âmbito da Associação Portuguesa de Bancos – e não reuniram critérios para aderir à pública, retomaram em Abril o pagamento do crédito à habitação.
As taxas Euribor são o principal indexante em Portugal nos contratos bancários que financiam a compra de casa. A Euribor a seis meses é a mais usada, seguida da taxa a três meses.
As taxas Euribor estão em terreno negativo desde 2015 e a expectativa é que se mantenham negativas ou perto de 0% nos próximos anos devido sobretudo à política de estímulos monetários do Banco Central Europeu (BCE), o que tem impacto positivo nos créditos bancários, que estão mais baratos.
LUSA/DI