Mafra investe 8,1 milhões de euros em habitação social
A Câmara de Mafra vai investir 8,1 milhões de euros na construção e reabilitação de casas para habitação social, anunciou o seu presidente na cerimónia de adesão ao 1º Direito - Programa ao Acesso à Habitação.
Na cerimónia, que decorreu em direto através da página da autarquia na rede social Facebook, Hélder Sousa Silva (PPD/PSD) explicou que os 8,1 milhões de euros (M€) vão ser investidos na construção de 17 novos fogos em Mafra e na aquisição e reabilitação de outros 50 dispersos por todo o concelho.
Esse investimento vai ser comparticipado em cerca de 3M€ pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana e em 815 mil euros pelo município, sendo o restante oriundo de um empréstimo bonificado.
Numa primeira fase, o investimento vai abranger 67 famílias, num total de 142 cidadãos.
A secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, presente na cerimónia, sublinhou que o direito à habitação continua a ser uma "prioridade entre as políticas públicas", justificando assim a importância do programa 1º Direito para a "eliminação das carências habitacionais" no país.
Numa altura em que a pandemia reforçou a necessidade da permanência da habitação, a governante sublinhou que o programa vem responder "à classe média", quando se verifica um "desencontro entre o mercado do arrendamento e os rendimentos das famílias".
Na cerimónia, foi apresentada a Estratégia Local de Habitação de Mafra, no distrito de Lisboa.
Segundo o documento, existem no concelho 104 fogos de habitação social centralizados e 14 edifícios, acrescidos de mais 10 moradias dispersas, abrangendo 114 famílias.
Existem 67 pedidos de habitação por famílias carenciadas e 151 pedidos de apoio ao Programa de Arrendamento Acessível, criado pelo município em 2014, ano em que o apoio chegou a 35 famílias, num montante máximo de 14 mil euros.
Forte procura da habitação no concelho
Em 2019, os últimos dados disponibilizados, o programa ‘Arrendar' abrangeu 81 famílias, com um total de apoio de 81 mil euros.
Tendo em conta o défice de habitação pública e o aumento das rendas e do valor de aquisição das casas no concelho, os desafios da estratégia passam por reabilitar a habitação municipal, aumentar a habitação pública, reforçar o programa de apoio ao arrendamento e reabilitar espaços públicos, incentivando por essa via a reabilitação do edificiado.
O diagnóstico efetuado no âmbito dessa estratégia concluiu que Mafra é o concelho da Área Metropolitana de Lisboa (AML) com a terceira maior taxa de crescimento migratório, é o segundo concelho da AML com maior dinâmica construtiva e onde estão localizados 12% dos edifícios construídos na AML entre 2011 e 2018.
Face à diminuição de oferta habitacional noutros concelhos da AML, aumentou em Mafra a procura de habitação e há uma tendência para tornar como permanente a segunda habitação existente no concelho.
Mafra é ainda o quarto concelho da AML com maior número de alojamentos locais, grande parte dos quais se localiza no litoral do concelho.
Lusa/DI