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Habitação by century 21

 

Franceses e brasileiros na “corrida” ao mercado imobiliário

6 de março de 2018

Os compradores brasileiros e os franceses foram os que mais se destacaram nas compras de casas em 2017, segundo várias redes imobiliárias e a associação do sector APEMIP.

Em resposta à agência Lusa, João Pedro Pereira, membro da Comissão Executiva da ERA, informou que a empresa registou no ano passado cerca de 1300 imóveis vendidos a estrangeiros em todo o território nacional, “representando 6% da nossa facturação total nacional”.

“No entanto, em regiões como Lisboa, Porto e Algarve o mercado de compradores estrangeiros representou até aproximadamente 15% da facturação destas localizações”, precisou o responsável, que comentou o “crescimento estável no número de clientes compradores”.

Essa evolução positiva justifica-se com três factores: a “atractividade de Portugal enquanto destino de férias ou de segunda habitação, os preços competitivos das casas e um enquadramento fiscal favorável”.

Nos registos da ERA Portugal quem mais comprou e arrendou imóveis para habitação foram os naturais de França, Reino Unido, Brasil e Alemanha, num valor médio de compra de 210 mil euros e com preferência para as tipologias T2 e T3.

 

Compradores de 50 nacionalidades

 

Por seu lado, a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP) tinha já informado que 50 nacionalidades compraram casa no ano passado, com especial destaque para os brasileiros, que se aproximaram dos franceses nesta listagem.

“O investimento estrangeiro para compra de habitação em Portugal teve uma representatividade na ordem dos 20%”, segundo a APEMIP, que notou que a nacionalidade francesa se mantém no top dos estrangeiros que mais investe em imobiliário em Portugal, com 29%.

Os brasileiros representaram 19% da compra de casas, seguindo-se ingleses (11%), chineses (9%) e angolanos (7,5%).

O presidente da associação do sector, Luís Lima, recordou que desde há três anos tem referido o potencial do investidor brasileiro, que se “acentuou não só com a instabilidade política, social e económica que o Brasil atravessa”.

Outro motivo foi a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, já que “muitos brasileiros que haviam investido na Florida, como é tradicional, procurassem alternativas seguras, como o imobiliário português”.

Em Lisboa, com 24%, e no Porto, com 27%, os brasileiros dominaram a compra de casa entre os estrangeiros, enquanto no restante território, incluindo o Algarve, os franceses lideram.

As tipologias preferidas, segundo a APEMIP, foram os T2 e os T3, continuando as regiões mais procuradas a ser Lisboa, Porto e Algarve.

 

O que diz a Remax

 

Em 2017, a Remax registou um crescimento no investimento estrangeiro de quase 23%, sendo brasileiros e franceses os que mais investiram, “representando cerca de 5% do volume total de transacções” da rede imobiliária. No ano passado, a Remax somou cerca de 60 mil transacções, num volume de preços de 3,3 mil milhões de euros.

Os distritos preferidos dos compradores internacionais, segundo informação da Remax, foram Lisboa e Faro e em termos de tipologias as mais procuradas foram os T2 e os T3 e até 400 mil euros, segundo a rede.

Os clientes brasileiros mantiveram pelo terceiro ano consecutivo a liderança (2,24% em 2015, 2,50% em 2016 e 3% em 2017) e representaram, em 2017, cerca de 23% dos negócios entre os investidores estrangeiros.

“A completar o top de nacionalidades surgem ainda os franceses e os chineses, responsáveis por 14,8% e 8,6% das transacções da marca”, segundo a empresa.

 

Franceses foram grandes clientes da Century 21

 

Na Century 21 Portugal, as vendas a cidadãos internacionais representaram cerca de 19% do total das transacções da rede e subiram 9% para as 2087, em comparação com as 1923 operações registadas em 2006.

Em 2017, “mais de 50% das transacções internacionais foram dominadas por franceses, cerca de 16% foram efectuadas por brasileiros e 13,2% por chineses”. As zonas mais procuradas pelos clientes internacionais, em 2017, foram Lisboa, Cascais, Porto, Algarve, Costa de Prata, “bem como outras regiões do País, que começam a despertar um interesse cada vez maior, como Setúbal e Alentejo”, segundo a rede.

Lusa/DI