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Cinco anos a desvalorizar a habitação em Portugal

 

Cinco anos a desvalorizar a habitação em Portugal

13 de fevereiro de 2015

Nos últimos cinco anos, os valores de avaliação bancária têm vindo a ajustar-se à realidade socioeconómica, traduzida em traços gerais, por uma contínua instabilidade no mercado de trabalho e no poder de compra das famílias, numa hesitante confiança no mercado e na prolongada restritividade bancária.

De acordo com o último catálogo de Estudos de Mercado (III Trimestre de 2013), do Gabinete de Estudos da APEMIP - Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, essa restrição - segundo o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, do Banco de Portugal, referente ao mês de Julho do ano corrente -, traduziu-se na manutenção das condições praticadas no que diz respeito à concessão de crédito à habitação.

Ainda segundo o inquérito, para os próximos três meses, prevê-se que a procura de empréstimos para a aquisição de habitação continue sem alterações ou de acordo com dois dos bancos inquiridos diminua ligeiramente.

Avaliações mais baixas conduzem a montantes de financiamento mais baixos

Esta limitação da concessão de crédito tem reflexos nos valores de avaliação bancária. No geral, no período em estudo (de Setembro 2008 a Junho de 2013), a variação homóloga apresenta-se nos últimos meses do ano de 2010 e até meados de 2013 tendencialmente negativa, conduzindo a valores de avaliação inferiores e por seu turno a montantes de financiamento mais baixos.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre Setembro de 2008 a Junho de 2013, o valor médio do segmento residencial rondou os 1.106 euros/m2. Comparando os valores médios de avaliação bancária, em termos homólogos, verifica-se a partir de Setembro de 2010 um decréscimo dos mesmos, não obstante numa análise mensal, estes registaram um ligeiro aumento nos meses de Maio e Junho do corrente ano.

Desagregando a análise de avaliação bancária, por apartamentos versus moradias, tendo por referência o período temporal - Setembro 2008 a Junho de 2013 – o valor médio global para os apartamentos rondou os 1.150 euros/m2, para as moradias 1.018 euros/m2.

No que diz respeito a variações homólogas, a partir de Setembro de 2010 registaram-se decréscimos nos dois tipos de habitação, sendo maioritariamente mais acentuados nos apartamentos. Tendência essa ligeiramente invertida a partir de Fevereiro de 2013.

Lisboa, Madeira e Algarve com valores de avaliação mais elevados

Numa análise por regiões, registe-se que entre Setembro de 2008 a Junho de 2013, as que apresentavam valores médios de avaliação bancária mais elevados eram: Lisboa, Madeira e Algarve. As moradias no Algarve destacaram-se com o valor médio mais elevado (1.441 euros/m2), no período em análise.

Em termos de variação homóloga, a generalidade das regiões segue a tendência de decréscimo com excepção da Madeira. Neste arquipélago, entre Janeiro a Março de 2013 os valores médios de avaliação bancária registaram crescimentos homólogos acima dos 2%.