Subida das rendas trava no segundo trimestre deste ano
Até Março as rendas em Portugal subiam significativamente mas em Março, por consequência da pandemia da Covid-19, esse aumento travou e o crescimento foi muito ligeiro. O crescimento homólogo da renda mediana de novos contratos de arrendamento diminuiu de 10% no 1º trimestre de 2020 para 0,2% no 2º trimestre.
De acordo com o INE - Instituto Nacional de Estatística que divulgou hoje as Estatísticas de Rendas da Habitação ao nível local, no 2º trimestre de 2020 a variação homóloga do valor da renda mediana de novos contratos foi marginalmente positiva (+0,2%) no país, menos 9,8 pontos percentuais (p.p.) que a taxa respeitante ao 1º trimestre.
Tendo como referência os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, o comportamento da taxa de variação homóloga foi diverso embora na maioria dos municípios (17), incluindo os mais populosos, se tenha observado uma redução dessa taxa entre o 1º e 2º trimestre.
A redução foi superior ao padrão nacional em 10 municípios, nomeadamente, Setúbal (-20,2 p.p.), Almada (-17,0 p.p.), Matosinhos (-16,3 p.p.), Cascais (-15,7 p.p.), Lisboa (-10,1 p.p.) e Oeiras (-10,0 p.p.).
No 2º trimestre de 2020, houve mesmo uma redução do valor mediano das rendas face ao período homólogo em 12 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes.
Nas áreas metropolitanas destacavam-se com valores de novos contratos de arrendamento mais elevados e simultaneamente com diminuição homóloga de rendas medianas, os municípios de Cascais (com uma variação de -10,1%), Lisboa (-6,4%), Porto (-1,1%) e Oeiras (-0,1%).
No 1º semestre de 2020 (últimos 12 meses), o valor mediano das rendas dos 74 088 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal atingiu 5,47 euros/m2 , aumentando +9,4% face ao período homólogo. No semestre anterior essa taxa tinha sido +10,8%. Pela primeira vez, desde o início da série (2º semestre de 2017), verificou-se um aumento no número de novos contratos celebrados relativamente ao mesmo período do ano anterior: +3,8% (-6,4% no semestre anterior).
O valor das rendas situou-se acima do valor nacional nas sub-regiões Área Metropolitana de Lisboa (8,42 euros/m2 ), Algarve (6,54 euros/m2 ), Região Autónoma da Madeira e Área Metropolitana do Porto (ambos com 5,98 euros/m2 ). À semelhança de semestres anteriores, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou cerca de um terço dos novos contratos de arrendamento (24 185). As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representaram, em conjunto, 50% do total de novos contratos do país e o Algarve 5,8%. O Alto Tâmega apresentou o menor número de novos contratos de arrendamento (435).
No 1º semestre de 2020 (últimos 12 meses), 35 municípios apresentaram rendas acima do valor nacional. Lisboa apresentou o valor mais elevado do país (11,92 euros/m2 ), destacando-se ainda, com valores iguais ou superiores a 7 euros/m2 , Cascais (10,58 euros/m2 ), Oeiras (10,35 euros/m2 ), Porto (8,93 euros/m2 ), Amadora (8,74 euros/m2 ), Odivelas (8,06 euros/m2 ), Almada, (8,01 euros/m2 ), Matosinhos (7,76 euros/m2 ), Loures (7,54 euros/m2 ), Albufeira (7,29 euros/m2 ), Loulé (7,20 euros/m2 ), Sintra (7,10 euros/m2 ), Lagos (7,08 euros/m2 ) e Portimão (7,02 euros/m2 ), mais três municípios que os assinalados no semestre anterior: Sintra, Lagos e Portimão.
O município de Lisboa registou o maior número de contratos de arrendamento do país, 6 841 novos contratos celebrados nos últimos 12 meses, +9,1% que no período homólogo. Assinala-se ainda, com um número de novos contratos superior a 2 500, os municípios do Porto (3 115) e Sintra (2 799).