Rendas das casas aumentam 9,3% no 2.º semestre de 2018 - INE
O valor mediano das rendas da habitação em Portugal registou um aumento de 9,3% no segundo semestre de 2018, face ao período homólogo, fixando-se em 4,80 euros por metro quadrado (€/m2), revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com as estatísticas de rendas da habitação ao nível local, a par do crescimento dos preços, “o número de novos contratos de arrendamento registou um decréscimo de 7,9%” no segundo semestre de 2018, relativamente ao mesmo período do ano anterior, com 77.723 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal, cujo valor mediano das rendas se fixou em 4,80 €/m2.
“No período em análise, 33 municípios, localizados maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve, apresentaram um valor mediano das rendas superior ao referencial nacional”, avançou o INE.
Lisboa: onde é mais caro arrendar...
Entre os 308 municípios portugueses, Lisboa apresentou o valor da renda mais elevado do país (11,16 €/m2), seguindo-se Cascais (9,71 €/m2), Oeiras (9,38 €/m2), Porto (7,85 €/m2), Amadora (7,19 €/m2) e Almada (7,00 €/m2).
Das 25 NUTS III [Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatísticos] em Portugal, a Área Metropolitana de Lisboa foi a sub-região que apresentou “o valor mediano das rendas por m2 de novos contratos de arrendamento mais elevado (7,00 €/m2) e o maior aumento (+15,5%)”.
Os dados estatísticos indicam, ainda, que a Área Metropolitana de Lisboa concentrou cerca de um terço dos novos contratos de arrendamento (25.916), referindo que “os novos contratos de arrendamento nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representaram, em conjunto, cerca de 51% do número total de novos contratos do país e o Algarve 5,7%”, enquanto o Baixo Alentejo apresentou o menor número de novos contratos de arrendamento (399).
Trás-os-Montes: onde as rendas menos sobem...
“Num contexto de diminuição do número de novos contratos em todas as sub-regiões portuguesas face ao período homólogo, o valor mediano das rendas aumentou em todas as sub-regiões, com excepção da NUTS III Terras de Trás-os-Montes”, apurou o INE, acrescentando que, entre as 25 sub-regiões portuguesas, oito registaram taxas de variação homóloga superiores ao valor nacional (+9,3%), destacando-se a Área Metropolitana de Lisboa (+15,5%) e a Região Autónoma da Madeira (+13,4%).
Ao nível local, além dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa, do Algarve e da Área Metropolitana do Porto, “assinalam-se com valor de rendas superior ao valor nacional os municípios do Funchal (6,74 €/m2) e de Santa Cruz (5,17 €/m2) [na Região Autónoma da Madeira], Coimbra (5,33 €/m2), Évora (5,31 €/m2) e Aveiro (5,10 €/m2)”.
Neste âmbito, a Área Metropolitana de Lisboa foi a sub-região NUTS III com maior amplitude do valor das rendas destinadas a habitação entre municípios (6,75 €/m2), com o menor valor a ser registado na Moita (4,40 €/m2) e o maior em Lisboa (11,16 €/m2).
Relativamente à celebração de novos contratos, o município de Lisboa registou o maior número de contratos de arrendamento do país, com 6.643 novos contratos celebrados, o que representa uma descida de 4,8% que no período homólogo.
Com mais de 2.500 novos contratos, evidenciaram-se, ainda, os municípios de Sintra (3.116), Porto (3.110) e Vila Nova de Gaia (2.534), segundo o INE.
Em Lisboa, as freguesias de Santa Clara e Marvila são as melhores opções
Para as cidades com mais de 200 mil habitantes, designadamente Lisboa e Porto, o INE disponibilizou dados por freguesia.
Das 24 freguesias de Lisboa, três registaram valores medianos de rendas da habitação em novos contratos de arrendamento superiores a 13,00 €/m2: Santo António (14,10 €/m2), Misericórdia (13,38 €/m2) e Parque das Nações (13,12 €/m2). Por outro lado, as freguesias de Santa Clara (8,31 €/m2) e Marvila (9,00 €/m2) apresentaram os valores mais baixos.
Entre as sete freguesias do município do Porto, a União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde (8,86 €/m2) foi a que apresentou o valor mediano mais elevado.
Analisando a relação entre o valor das rendas por m2 e o valor das vendas por m2 dos alojamentos familiares, o INE destacou “a aparente sobrevalorização dos valores de arrendamento, face aos valores dos preços da habitação, na maioria dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa – excepção dos municípios de Lisboa e Alcochete e Sesimbra –, na maioria dos municípios da Área Metropolitana do Porto e, de uma forma geral, nos municípios com mais de 100 mil habitantes”.
Lusa/DI