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Arquitectura

Habitacao em Nantes-Reze (França) do arquitecto Le Corbusier - 1954. Foto de Lucien Hervé

"Flashes do Homem na Cidade Moderna" - a arquitectura pelo olhar de Lucien Hervé (1910-2007)

6 de maio de 2024

A exposição “LUCIEN HERVÉ: Flashes do Homem na Cidade Moderna”, dedicada à obra do franco-húngaro Lucien Hervé, considerado um dos mais importantes fotógrafos de arquitectura do século XX, está aberta ao público até ao dia 30 de Junho no Centro Cultural de Cascais.

A mostra acontece numa iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais no âmbito da programação do Bairro dos Museus.

«A sensibilidade com que Lucien Hervé (1910-2007) fotografou projectos arquitectónicos assinados pelos mestres modernistas como Le Corbusier e Oscar Niemeyer é um marco na história da fotografia» - refere o município de Cascais, adiantando que «Não seria exagero afirmar que as suas fotografias foram importantes para que os projetos desses arquitetos, Le Corbusier especialmente, se tornassem conhecidos e admirados em todo o mundo».



Museu da Cidade em Brasília obra de arquitecto Oscar Niemeyer 1961. Foto de LUCIEN HERVÉ


A obra fotográfica do franco-húngaro não é apenas uma notável reportagem sobre edifícios icónicos. É também relevante pelos seus aspectos estéticos, artísticos e sociológicos. Lucien Hervé é um dos raros fotógrafos que combinava uma visão artística e até filosófica da fotografia com a Arquitectura e com a cidade do século XX. Le Corbusier dizia que Hervé sabia verdadeiramente olhar para a arquitectura.

Com curadoria dos arquitectos portugueses Isabel Alvarenga e Victor Neves, a exposição, especialmente concebida para o Centro Cultural de Cascais, parte de uma perspectiva temática que investiga a representação da figura humana e da urbe nas fotografias de Lucien Hervé, num cruzamento da fotografia, da arquitectura e da sociologia. Lucien Hervé, atento observador do concreto, também procurava, em todos os lugares que fotografava, a presença dos vivos.


Escorial - Espanha 1959 . Foto de LUCIEN HERVE


Os curadores observam que, nas suas imagens, Hervé “obtinha uma perfeita harmonia entre a sua visão humanista, conjugada com a visão analítica do arquitecto, sublinhando com o uso da luz, as formas geométricas e as texturas dos materiais, representando de forma exemplar a vivência espacial, criando uma narrativa visual passível de transmitir a sensação corporal do espaço”. É a cidade vista como obra de arte e o homem moderno como o seu centro e protagonista.

“Hervé fez parte de uma geração impressionante de fotógrafos, que utilizaram a fotografia a preto e branco para ver e olhar a cidade e as suas arquitecturas. Na história da fotografia, o seu nome é mencionado ao lado de outros mestres como Georges Brassaï, Henry Cartier-Bresson, Robert Doisneau, Marcel Gautherot, Thomas Farkas” - refere as nota de apresentação da exposição patente agora no Centro Cultural de Cascais.