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Crédito y Caución prevê contração da zona euro em 2023

10 de janeiro de 2023

A Crédito y Caución prevê que o crescimento do PIB da zona euro sofra uma contração de -0,1% em 2023, o que representa uma revisão em baixa de 2,6 pontos percentuais face às previsões de há seis meses.

À medida que ganha peso a possibilidade de uma prolongada invasão russa da Ucrânia, as perspectivas da zona euro tornam-se mais sombrias dada a sua exposição ao conflito, a proximidade geográfica e a dependência das importações de combustíveis fósseis. A partir de 2024, a seguradora de crédito espera que o crescimento volte a recuperar até aos 2,1%, quando começarem a desaparecer os efeitos negativos da guerra. De acordo com o cenário de referência divulgado pela Crédito y Caución, o PIB da zona euro entrará previsivelmente em recessão no quarto trimestre de 2022 e manter-se-á em valores negativos durante o primeiro trimestre de 2023.

A Crédito y Caución prevê que a inflação permaneça elevada nos últimos meses de 2022, mas que se reduza em 2023 à medida que desapareçam os efeitos dos elevados preços da energia e se diluam os constrangimentos na cadeia de fornecimento. Se a inflação for mais persistente do que o previsto, um endurecimento monetário adicional poderá abrandar o crescimento do PIB da zona euro em 2023 até -1,5%.

A desaceleração em curso é visível tanto nos serviços como no setor manufatureiro. Embora as pressões sobre a oferta tenham melhorado recentemente, a produção industrial enfrenta o aumento dos custos energéticos, as interrupções de fornecimento, a escassez de insumos e o enfraquecimento da procura. A evolução das exportações também foi afetada pela incerteza geopolítica, pela elevada inflação e pelas condições económicas mais frágeis em todo o mundo.

O enfraquecimento do consumo será uma das chaves do desempenho de 2023. O Economic Outlook divulgado pela Crédito y Caución prevê que o emprego na zona euro tenha uma leve contração em 2023 e que as despesas dos consumidores na região caiam no quarto trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023, com o enfraquecimento das receitas reais e a persistência de uma inflação elevada. Embora seja provável que o crescimento do consumo recupere a partir do segundo trimestre de 2023, no conjunto do ano a previsão é de um crescimento acumulado de 0,1%.

A expansão económica impulsionou uma redução dos défices públicos em 2022. O défice público global da zona euro reduziu-se de 5,1% em 2021 para cerca de 2,9% em 2022. No entanto, com o enfraquecimento da atividade económica o défice da zona euro voltará a crescer situando-se acima do objetivo dos 3% do Pacto de Estabilidade e Crescimento em 2023 e 2024. Devido às contínuas medidas de estímulo fiscal, a dívida pública da zona euro representará 94% do PIB em 2022 e 95% em 2023 e 2024.