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Câmara de Lisboa abre concurso para 135 habitações municipais com renda acessível

Edifício na Rua Pedro Cruz, em Marvila.

Câmara de Lisboa abre concurso para 135 habitações municipais com renda acessível

8 de julho de 2025

A Câmara de Lisboa abriu hoje as candidaturas para o sorteio de 135 habitações municipais com renda acessível, num investimento municipal de 37,1 milhões de euros, divulgou a autarquia.

As candidaturas ao designado Programa Renda Acessível (PRA) vão decorrer até às 17:00 do dia 31 de Julho e contemplam habitações com tipologias de T0 a T4, segundo refere a Câmara de Lisboa, em comunicado.

“A bolsa é composta maioritariamente por habitações localizadas na freguesia de Marvila, em edifícios cuja construção teve início no actual mandato, num investimento municipal no valor de 37,1 milhões de euros que a autarquia candidatou ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, descreve a nota.

A autarquia explica que o Programa Renda Acessível se destina a pessoas ou agregados familiares que “procuram casa em Lisboa e não têm capacidade para aceder aos valores pedidos pelo mercado privado de arrendamento”.

À semelhança de outras programas semelhantes, as candidaturas vão decorrer ‘online’, através da Plataforma Habitar Lisboa, na qual é possível consultar as características, plantas, localização e fotografias das habitações a concurso.

A atribuição destas habitações, em regime de arrendamento, é realizada após a validação dos requisitos de acesso dos candidatos sorteados com habitação.



Edifício na Rua Ferreira de Castro, em Marvila



Um concurso anulado e 133 “lesados” que reclamam reparação

O último sorteio do Programa Renda Acessível da Câmara de Lisboa, realizado em Junho, teve de ser anulado e repetido, após ser realizado inadvertidamente “por razões técnicas” e humanas, informou o município na altura.

Em causa estava a atribuição de 133 habitações, sorteadas entre 7.362 candidaturas.

O sorteio público realizou-se com o mesmo universo de concorrentes do sorteio anulado, realizado um dia antes do previsto, quando os serviços procediam a verificações, tendo sido enviadas mensagens a candidatos com a comunicação de que tinham sido sorteados. "A anulação desencadeou uma onda de revolta entre as 133 famílias que, durante 24 horas, acreditaram ter finalmente conquistado o direito a uma habitação digna — apenas para verem essa esperança brutalmente arrancada, num volte-face que muitos classificam como humilhante e desumano."

No dia do novo sorteio, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), alegou que “houve um erro humano” por parte de um dos trabalhadores municipais que, “sem querer e num dia em que já estava com algum cansaço, carregou num botão que, depois, espoletou algo que não era legal, porque o concurso tem de ser feito publicamente”. A autarquia não tratou de pedir desculpa ao universo das vítimas do «erro humano ou técnico». Em carta endereçada ao edil, o grupo de lesados, refere: “Perante a ausência de respostas por parte da CML, e com o sentimento generalizado de injustiça, é compreensível que os lesados tenham recorrido ao patrocínio judiciário para fazer valer os seus direitos...”.

A este propósito, a vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), determinou a abertura de um inquérito interno, que começou em 17 de Junho e que tem a duração de 30 dias, e decidiu, em 20 de Junho, lançar um procedimento público para contratar uma entidade externa que certifique os sorteios de atribuição de casas.

Já a Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, uma proposta do PS para “uma auditoria externa e independente” ao processo do 29.º concurso do Programa Renda Acessível.

Lusa/DI