Câmara de Alcobaça compra armazéns degradados junto ao mosteiro por 2,1 M€
A Câmara de Alcobaça, no distrito de Leiria, vai adquirir os antigos armazéns da Raimundo & Maia SA, junto ao Mosteiro de Santa Maria, por 2,1 milhões de euros e requalificar o espaço considerado “um ponto negro” da cidade.
A decisão de adquirir o imóvel, por dois milhões e 150 mil euros, foi aprovada por unanimidade e aclamação na quarta-feira à noite, numa sessão da Assembleia Municipal (AM) em que todos os partidos aplaudiram o fim de uma contenda que se arrasta há duas décadas.
Os armazéns, localizados na Rua D. Pedro V, junto ao Mosteiro de Santa Maria e ao hotel de cinco estrelas Montebelo Mosteiro de Alcobaça, encontram-se em avançado estado de degradação sendo considerados “um ponto negro” em termos urbanísticos.
A compra, aprovada pela AM, abre “novas perspectivas de valorização, não apenas da cidade, mas de todo o concelho”, afirmou o presidente da Câmara Hermínio Rodrigues (PSD), na sessão em que se comprometeu a avançar com um projecto de requalificação daquele espaço.
A decisão põe fim a uma contenda de vários anos entre a autarquia e os proprietários do imóvel, que intentaram, em 2009, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria, uma acção judicial contra o município de Alcobaça.
O acordo entre os proprietários do edifício e a autarquia permite agora adquirir o imóvel composto por oito prédios urbanos e um rústico, totalizando uma área de 3.021 metros quadrados, no centro histórico da cidade.
De acordo com o presidente, a Câmara pretende “lançar um concurso de ideias” para a requalificação daquele espaço, logo que seja obtido o visto do Tribunal de Contas e se concretize a compra dos antigos armazéns.
“É uma oportunidade única para gerar novas dinâmicas sociais numa zona fulcral”, afirmou o autarca, admitindo que a solução possa “passar por um espaço de fruição pública ou de habitação para jovens”.
Para o autarca de Alcobaça, “a sua localização junto ao rio é uma mais-valia. Estamos a devolver o Rio à cidade de Alcobaça. É uma oportunidade única para gerar novas dinâmicas sociais numa zona fulcral.”
Refira-se que as fachadas dos antigos armazéns confinam com a Rua Dom Pedro V mas as tardozes e os terrenos cofinantes têm exposição directa para o rio Baça que cruza a cidade histórica.
Lusa/DI