Banco de Portugal aponta possível "arrefecimento no imobiliário residencial"
O Banco de Portugal (BdP) apontou para um possível “arrefecimento no imobiliário residencial”, no seu Relatório de Estabilidade Financeira hoje publicado, indicando que a subida das taxas de juro poderá contribuir para a “desaceleração dos preços” no sector.
Neste documento, no qual o BdP deu conta dos “principais riscos e vulnerabilidades para a estabilidade financeira”, a entidade liderada por Mário Centeno destacou o possível “arrefecimento no mercado imobiliário residencial, com impacto sobre os preços e sobre o valor do colateral de créditos garantidos por imóveis”.
Segundo a instituição, “a subida das taxas de juro contribuirá para a desaceleração dos preços no mercado imobiliário residencial em Portugal”.
De acordo com o relatório, no final de 2022, “observou-se um abrandamento dos preços da habitação e das transacções neste mercado”.
“Num contexto de subida das taxas de juro, poderá ocorrer alguma correção dos preços no mercado imobiliário residencial”, referiu o BDP.
No entanto, salientou, “mesmo na hipótese de uma queda de preços mais significativa, a distribuição de crédito à habitação por rácio Loan-to-value [empréstimo de valor] sugere que o sistema bancário não deverá incorrer em perdas elevadas”.
Segundo o BdP, “no caso do imobiliário comercial, a exposição do sector bancário é limitada e consideravelmente inferior à do imobiliário residencial, sendo que os requisitos de capital são bastante mais elevados, limitando os impactos potenciais de desenvolvimentos adversos neste mercado”.
LUSA/DI