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BPI já renegociou 1.900 contratos de crédito à habitação

5 de maio de 2023

O BPI renegociou 1.900 contratos de crédito à habitação, disse hoje o presidente executivo do banco, referindo que, apesar das taxas de juro, a maior parte dos clientes tem conseguido continuar a pagar os empréstimos.

Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, em Lisboa, João Pedro Oliveira e Costa disse que o número de pedidos de reestruturação de créditos tem vindo a descer. Nas primeiras quatro semanas após a publicação do decreto-lei do Governo (que força os bancos a reestruturarem créditos), o banco recebia por semana mais de 1.000 pedidos e nas últimas semanas tem estado abaixo dos 100 pedidos semanais, disse.

Quanto aos 1.900 contratos renegociados, estes incluem os que estão cobertos pelo decreto-lei mas também outros, referindo o BPI que dá resposta a todos os pedidos de reestruturação que lhe chegam.


1.º Trimestre: Lucros consolidados de 85 milhões de euros

O administrador Francisco Matos afirmou que a grande maioria das reestruturações passa por durante um ano haver carência de capital, os clientes só pagam juros, considerando que isso dá tempo para que os clientes adaptem aos seus gastos ao rápido aumento das prestações do crédito.

Segundo Oliveira e Costa, para já, a parte significativa dos clientes tem conseguido "adaptar os seus gastos para acomodar os aumentos das prestações" das casas, referindo que os níveis de incumprimentos continuam baixos e estáveis e também os níveis de poupança dos clientes no banco se mantêm, vincando que pelo menos ao BPI os clientes não estão a ir buscar poupanças para pagar créditos.

Ainda assim, disse que provavelmente há famílias que poderão vir a ter mais dificuldades em pagar os créditos, pois prevê-se que o Banco Central Europeu (BCE) continue a subir as taxas de juro directoras.

O BPI apresentou hoje lucros consolidados de 85 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 75% do que nos primeiros três meses do ano passado.

A margem financeira (diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos nos depósitos) subiu 82% para 203 milhões de euros.

Lusa/DI