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Ilustração storyset em Freepik

BCE corta juros em Junho se dados continuarem positivos

18 de abril de 2024

O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, disse hoje no Parlamento Europeu que o banco central fará em Junho um corte das taxas de juro se a evolução dos dados continuar a mostrar uma melhoria da inflação.

“Temos sido muito claros no que respeita à política monetária. Se as coisas continuarem a evoluir como ultimamente, em Junho estaremos preparados para reduzir as restrições da política monetária", disse Guindos, em audição da Comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu.

Guindos disse que a inflação tem descido e que as projecções do Banco Central Europeu (BCE) perspectivam que mantenha essa trajectória ainda que a um ritmo mais moderado atingindo em 2025 a meta de 2%.

No entanto, o vice-presidente do BCE reconheceu que existem alguns riscos que podem influenciar a evolução dos preços, incluindo a evolução dos salários, da produtividade, dos custos unitários do trabalho, das margens de lucro e os riscos geopolíticos.

O antigo ministro da Economia de Espanha disse que os actuais níveis de taxas de juro são importante contributo ao processo de desinflação e que a política monetária continuará restritiva o tempo que seja necessário.

Na semana passada, a presidente do BCE, Christine Lagarde, já abriu a porta a um corte das taxas na próxima reunião do BCE, em Junho.

Em Março, a inflação da zona euro foi de 2,4%, abaixo dos 2,6% de Fevereiro.

Esta quarta-feira, em entrevista à CNBC, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, considerou que, perante as actuais circunstâncias, o BCE tem condições para avançar com vários cortes nas taxas de juro este ano, incluindo já em Junho.



Nota da Redacção: As perspectivas dos responsavéis do BCE parecem ser, no entanto, demasiado optimistas face ao perigo de um agravamento potencial e exponencial que se vive no Médio Oriente e na Região do Mar Vermelho. A vontade expressa do governo extremista de Israel de responder ao ataque lançado pelo Irão no fim de semana passado não augura nada de bom. Recorde-se que o ataque da República Islâmica do Irão se deu com aviso prévio aos EUA e a vários países do Golfo, o que deve ser entendido como uma resposta comedida aos ataque inicial que as forças israelitas haviam desencadeado contra as suas instalações diplomáticas e consulares em Damasco, na Síria. A eventual sucessão de ataques e retaliações que possam ter lugar entre Israel e o Irão é uma guilhotina que pesa sobre a cabeça dos povos da região e dos povos e consumidores de todo o mundo, em particular os europeus...