CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Arquitectura

 

 

 

Lisboa: “Construir no Sul” – cinco dias de debate no ISCTE

27 de junho de 2016

O evento “Construir no Sul” a decorrer no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa inaugura esta manhã, segunda-feira, dia 27 de Junho, com uma exposição do fotógrafo e arquitecto Fernando Guerra de nominada “Viajar com Siza. Diário de uma rotina - Take 1”, e prolonga-se até ao dia 1 de Julho.

 

Ao longo dos cinco dias do evento estão programados vários workshops e conferências compostas por uma conversa entre dois arquitectos relevantes às práticas projectadas a Sul, respectivamente Fernando Guerra, Bak Gordon + Falcão de Campos, Ana Vaz Milheiro + Manuel Graça Dias, Gonçalo Byrne + Manuel Aires Mateus e Carrilho da Graça + Nuno Mateus (ARX).

Os organizadores consideram " oportuno lançar um ciclo de estudos específico, a funcionar de modo concentrado, em formato de curso de verão, onde possam ser debatidos e experimentados de modo conceptual, os critérios e os contornos de intervenção no Sul de Portugal". E acrescentam: "As características deste território de influência mediterrânea foram exploradas, em vários momentos da história como laboratório de síntese da cultura arquitectónica moderna. No plano nacional pode destacar-se o trabalho realizado por George Kubler que, na década de 1970, traçou uma leitura sobre o Sul enquanto receptáculo de influências provenientes de outras áreas culturais com a Flandres ou Espanha - o estilo chão, “entre as especiarias das índias e os diamantes do Brasil”, corresponde a uma resposta a factores conjunturais de ordem política, militar e religiosa, que se materializou na expressão de uma arquitectura despojada, que se emancipou diante regras clássicas e das normas académicas, provenientes da tratadística italiana.

O Sul foi também o território de pesquisa de Raul Lino, coleccionando no início do século XX, nas viagem com Roque Gameiro, a expressão em estado puro da arquitectura meridional – argumento fundamental da sua obra. Mais recentemente, o Sul foi tratado por arquitectos como Siza Vieira, no bairro da Malagueira, ou Vítor Figueiredo no pólo universitário da Mitra, como suporte conceptual de um itinerário arquitectónico onde a expressão do tempo longo, capaz de unificar o passado e o presente, se materializou como fundamento inequívoco da arquitetura portuguesa contemporânea".