Arquitecto Siza Vieira distinguido com o prémio “Personalidade do Norte” pela CCDR-N
O arquitecto Álvaro Siza Vieira vai ser hoje distinguido com o prémio “Personalidade do Norte” atribuído pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), anunciou em comunicado aquela entidade.
A CCDR-N justifica a distinção pelo “percurso de criador de valor excepcional e pela dimensão internacional que alcançou” o arquitecto.
A distinção terá lugar no primeiro “Fórum Autárquico da Região Norte”, em Vila Real, assinala ainda a nota de imprensa.
Siza Vieira nasceu em 1933, em Matosinhos, tendo-se formado em arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, nos anos 50, onde viria também a lecionar.
O prémio que vai receber foi desenhado por Cristina Massena, uma “filha” da chamada Escola de Arquitectura do Porto, na qual o próprio Siza pontificou.
A peça em questão foi elaborada em impressão digital de alta precisão pelo Laboratório Bosch UMinho, o Done Lab.
Citado pelo comunicado, António Cunha, presidente da CCDR-N, realça que “Álvaro Siza Vieira é reconhecido como um dos mais relevantes nomes da arquitectura mundial e o mais prestigiado arquitecto português, mas é também uma personalidade do Norte de corpo inteiro, fiel às suas raízes”.
“A obra de Siza Vieira atravessa oito décadas, tendo sido distinguida em 1992 com aquele que é considerado o "Nobel" da arquitectura, o prémio Pritzker”, recorda a CCDR-N que numa síntese ao trajecto do homenageado lembra ainda que foi “aluno e colaborador de Fernando Távora, tornou-se um dos pilares incontornáveis da chamada Escola de Arquitectura do Porto e projectou Portugal, o Norte e o Porto na cena da arquitectura internacional”.
Uma obra vasta e espalhada pelo mundo...
Assinala a CCDR-N a “intenção de distinguir regularmente personalidades da Região Norte, de diferentes quadrantes de actividade, que tenham contribuído para a afirmação, o desenvolvimento e a internacionalização do Norte de Portugal”.
A sua assinatura distribui-se por criações na Europa, nas Américas do Norte e do Sul, e no Extremo Oriente. Têm o traço distinto de Álvaro Siza obras como o Bonjour Tristesse, em Berlim, o Mimesis Museum, na Coreia do Sul, o China Design Museum, o Centro Galego de Arte Contemporânea e um arranha-céus em Nova Iorque, de 38 andares, que nas suas palavras afinal “não arranha muito”, elenca o comunicado.
Em Lisboa, projectou o Pavilhão de Portugal para a Expo 98, com a sua icónica pala de 65 metros de comprimento e, antes, foi o responsável pelo projecto de recuperação do Chiado, após o incêndio de 1988, escolha que, recorda a CCDR-N, “abriu uma celeuma em meios da capital”.
“Acharam uma coisa extraordinária, isto de um arquitecto do Porto ir fazer uma obra a Lisboa", contou Siza, 30 anos depois, lê-se ainda.
A Norte, são exemplos emblemáticos da sua assinatura a Casa de Chá da Boa Nova e a Piscina das Marés, em Leça da Palmeira, a Faculdade de Arquitectura do Porto, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e a Igreja de Marco de Canaveses, entre vários outros, prossegue a publicação.
“Aprender a ver é fundamental para um arquitecto e para todas as pessoas. Não só a olhar, mas a ver em profundidade, em detalhe, na globalidade”, cita a nota de imprensa das palavras de Siza Vieira, cujo trabalho é frequentemente definido como “Modernismo poético”.
Lusa/DI