Casa da Arquitectura em Matosinhos inaugura “What? When? Why not? Portuguese Architecture”
A exposição “What? When? Why not? Portuguese Architecture” revela, através de 11 cabines hexagonais, uma “visão caleidoscópica da arquitectura portuguesa”, do colonialismo aos dias de hoje, a inaugurar esta sexta-feira, na Casa da Arquitetura, em Matosinhos.
O som e imagem do discurso proferido em Washington (EUA) pelo ex-presidente norte-americano Barack Obama sobre a entrega do Prémio Pritzker de Arquitectura em 2011 ao arquitecto português Eduardo Souto de Moura, abre a exposição “What? When? Why not? Portuguese Architecture” logo na primeira cabine hexagonal “Portuguese”, e onde também se pode apreciar a obra Espelho Partido, de 1975, do arquitecto Siza Vieira, Prémio Pritzker em 1992, descreve Jorge Figueira, um dos curadores da exposição.
Dentro desta cabina podem ver-se representações de vários edifícios icónicos da arquitectura portuguesa, como por exemplo as Piscinas das Marés, de Siza Vieira ou o Estádio de Futebol de Braga, de Souto de Moura, entre outros.
O papel da mulher e... a sua lenta ascensão
Nas restantes dez cabines hexagonais, Jorge Figueira e Bruno Gil, os dois curadores da exposição, explicam que o visitante vai poder fazer uma espécie de viagem pela história investigada sobre a arquitectura portuguesa no contexto nacional e internacional desde os tempos do colonialismo e de como os portugueses levaram aquela ciência e arte até Moçambique, Angola, Macau ou Brasil.
O visitante vai descobrir cabinas para temas tão variados como “History”, “Historiography”, “Fascim”, “Colonialism”, “Democracy”, “Social”, “Women”, “Education” e “Research Pop”.
O papel da mulher na arquitetura portuguesa e da sua lenta ascensão nesse mundo, e de como era abafado o seu trabalho ao longo da história por partilhar com o marido arquitecto os projetos, ou as dificuldades e esforços humanos dos povos das ex-colónias para construir infraestruturas, como as linhas ferroviárias, para fazer chegar material de construção, a cultura de massas ou a cultura mais ‘pop’, são alguns dos detalhes que se podem observar na exposição.
A exposição, que vai ficar patente na Casa da Arquitectura até dia 24 de Abril de 2022, vai ser acompanhada por um colóquio internacional, no dia 30 de Outubro, este sábado, que vai contar com a intervenção de Hans Ibelings (1963), do historiador e crítico de arquitectura holandês, doutorado em arquitectura pela Universidade de Coimbra, e que fará uma “reflexão sobre culturas periféricas e centrais no contexto da arquitectura europeia”.
A exposição “What? When? Why not? Portuguese Architecture” decorre de um projecto de investigação “(EU)ROPA – Rise of Portuguese Architecture", sediado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e financiado pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia).