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Vistos Gold não originaram especulação de preços

24 de março de 2021

O programa dos Vistos Gold não é o responsável pela especulação de preços no imobiliário. A subida de valores deve-se ao normal funcionamento do mercado, foi a opinião unânime dos participantes do webinar promovido pela Century 21, e que contou com o apoio da Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliário – APPII e a Morais Leitão,  dedicado ao tema dos Vistos Gold: What´s Now Golden Visa?

Um evento marcado pela presença de Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Ibéria, Rita Lopes da Morais Leitão, José Roquette, administrador do Grupo Pestana, Luís Gamboa, Chief Operating Officer da VIC Properties, José Cardoso Botelho, Managing Director da Vanguard Properties, Pedro Vicente, Administrador da Habitat Invest,Bhavik Chunilal, da EY e Hugo Santos Ferreira, Vice-presidente Executivo da APPII.

Para os participantes o aumento dos preços deve-se à procura e sobretudo à qualificação do edificado. Segundo Ricardo Sousa, a requalificação urbana, a crescente qualificação do parque habitacional são factores que valorizam os imóveis e a consequente subida dos preços. José Roquette, acrescentou que sempre existiu especulação imobiliária, o mercado é pautado precisamente por descidas e subidas consoante a procura e oferta.

Quanto à questão do fim dos Vistos Gold nas regiões de Lisboa e Porto e em todo o litoral, Hugo Santos Ferreira, questionou: “Queremos fechar o país ao investidor estrangeiro?” ao que respondeu: “Mais vale fecharmo-nos para o mundo”.

O responsável foi mais longe e admitiu que quem acreditou no nosso país e já investiu milhões de euros, reanimou a construção e criou milhares de postos de trabalho, foi o programa dos Vistos Gold. “O imobiliário e construção foi considerado o sector mais resiliente  e o motor da economia para sair da crise. Atacar os investidores dando o dito por não dito é matar o sector e o investimento”, alertou.

Portugal tem desafios muito além do imobiliário

Ricardo Sousa, explicou ainda a importância do programa dos Vistos Gold na economia. “Apesar das nossas transacções serem em 80% para portugueses e sobretudo para vendas abaixo dos 300 mil euros, Portugal tem desafios muito além do imobiliário e o foco não pode ser dirigido ao sector. O impacto das alterações de 2012 nos vistos de residência e a aplicação dos Vistos Gold foi sobretudo ao nível da confiança. Isso é o mais importante e que afecta também os portugueses”, adiantou.

O CEO da Century 21 Ibéria, acrescentou ainda que “hoje, todos nos orgulhamos da cidade de Lisboa e temos a consciência que todos os países têm uma cidade como a sua porta de entrada e deste modo, estamos a limitar a porta de entrada de Portugal”.

Luís Gamboa, lembrou que o programa dos Vistos Gold é claramente a aquisição de imóveis e “50% dos investidores que obteram os vistos investiram na Área Metropolitana de Lisboa e Algarve e de que zonas do interior como Castelo Branco não vão concorrer com Lisboa, mas passam a concorrer com Madrid, Atenas e outras localizações geográficas”.

Já José Cardoso Botelho, garantiu que “quem pode pensar que a obtenção de Vistos Gold possa promover o branqueamento de capitais é porque tem uma falta de conhecimentos do tema. Sobretudo porque qualquer investidor para adquirir um imóvel tem de o fazer através de um banco e as instituições bancárias têm regras muito rígidas”.

Pedro Vicente, referiu também que acreditar que os vistos Gold podem funcionar como branqueadores de capitais é descredibilizar o Banco de Portugal, a Polícia Judiciária e os tribunais portugueses. Admite ainda que se existe a ideia de que as empresas do sector imobiliário estão ricas, enganam-se. “Talvez não se lembrem mas este foi um sector que saiu dos escombros na última crise e muito com a ajuda dos Vistos Gold. E é agora o Estado que se opõe ao sector e aos seus empresários. O facto de estarmos sempre a alterar leis é quebrar a confiança com os investidores”.

Maioria dos investidores escolhem o nosso país para viver

O Managing Director da Vanguard Properties, adiantou ainda que a maioria dos investidores escolhem o nosso país para viver. Portugal tem sido procurado para residência de muitos estrangeiros, “temos inclusive  muitos mexicanos a escolherem Portugal nos últimos tempos”. O responsável lembrou também que muitos dos investidores estrangeiros que chegam para comprar um activo, acabam depois por adquirir mais imóveis e isso não está registado”.

José Roquette, rematou que mais cedo ou mais tarde vamos ter novamente a Troika, “é um facto, temos uma economia muito frágil”.