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Turismo e imobiliário: Os que mais contribuem para a digitalização da economia

18 de julho de 2019

A primeira edição do Scoreboard Millennium bcp - EY da Competitividade Sectorial em Portugal indica as actividades ligadas ao turismo e ao imobiliário são as que mais contribuem para a digitalização da economia.

Em termos mais gerais, os resultados obtidos neste estudo podem ser sumarizados em três pontos-chave. Em primeiro lugar, constata-se uma profunda mutação da competitividade sectorial em Portugal, com as actividades mais revelantes a apresentarem um desempenho recente claramente diminuído e as atividades com um desempenho recente mais forte a demonstrarem, ainda, uma reduzida relevância. Verifica-se, assim, uma importante turbulência competitiva na economia portuguesa com impacto na sua especialização sectorial, decorrente de impulsos conjunturais (e.g. expansão do turismo e do imobiliário), e de transformações estruturais (e.g. respostas à digitalização e ao envelhecimento da população).

Por outro lado, observa-se uma intensificação clara dos processos de desindustrialização e de terciarização da economia portuguesa. Contudo, os processos mais globais de desindustrialização e terciarização não se apresentam, internamente, de forma homogénea, comportando, ao contrário, fortes disparidades. “A indústria não deixa de se renovar pela internacionalização e pela digitalização muito para além do novo pólo da aeronáutica. Tal como os serviços às pessoas e às empresas vão comportando eixos de regressão e emergência em função das novas formas de organização das cidades e da vida urbana, da expansão de processos de governo digital e de novas necessidades de saúde e educação, nomeadamente”, acrescenta Augusto Mateus, Strategic Consultant da EY, que assegurou a supervisão científica da preparação do scoreboard.

Finalmente, os resultados do scoreboard apontam para a necessidade e a relevância da adopção de estratégias empresariais e de políticas públicas conducentes à promoção e consolidação da competitividade para enfrentar os riscos e desafios das transformações em curso. O potencial competitivo, aferido pela qualificação, dos sectores com melhor desempenho recente tende a ser inferior ao dos sectores ainda mais relevantes, mas em retrocesso no ranking global. Neste sentido, estes desequilíbrios exigem a construção de respostas atempadas (em particular em matéria de planeamento e gestão dos relativos aos fundos europeus estruturais e de investimento) para “casar” as dinâmicas de investimento com os factores de competitividade mais sólidos, as dinâmicas de inovação e os novos desafios que a sociedade enfrenta (e.g. alterações climáticas, digitalização, envelhecimento).

O ICS revela que não existem sectores modelo em Portugal em todas as dimensões, mas evidencia de forma clara a emergência e robustecimento de alguns sectores de aposta para o futuro, que oferecem maiores garantias em matéria de criação de valor económico e social.

Nas próximas edições o Scoreboard terá como objectivo a monotorização da evolução da performance e competitividade das actividades já avaliadas nesta primeira edição.

Leia o relatório AQUI