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Sustentabilidade

 

 

Portugal é dos países com menos capacidade de aquecer a casa

2 de outubro de 2018

Portugal é um dos países europeus com menos capacidade de aquecer adequadamente a sua casa. Só a Bulgária, a Lituânia e a Grécia encontram-se em piores condições.

De facto,  segundo os dados do Eurostat, a maior percentagem de pessoas que declaram não ter capacidade de aquecer adequadamente a sua casa foi registada na Bulgária (37 %), seguindo-se a Lituânia (29 %), a Grécia (26 %) e Portugal (20 %) quando comparados com os dados médios da União Europeia, que são de 8 %. Ao mesmo tempo, Portugal é uma das regiões em que mais se têm sentido as alterações climáticas e os cidadãos estão conscientes dos benefícios ambientais de uma adequada utilização da energia.

Por este motivo, a Comissão Europeia lançou uma iniciativa que visa promover a poupança energética das famílias e a diminuição das suas facturas, através de pequenas mudanças de comportamento e de um investimento para melhorar a qualidade das habitações. A principal mensagem desta iniciativa é que esta poupança pode ser revertida para outros fins. "Mesmo pequenas poupanças no comportamento diário podem ajudar as famílias a poupar dinheiro. De sugestões simples de poupança sem custo ou de baixo custo até investimentos mais abrangentes em melhoramentos da eficiência energética das habitações, existe algo para que qualquer cidadão possa reduzir a sua fatura energética e para ajudar a poupar energia e proteger o ambiente", afirmou a Comissária Věra Jourová.

A iniciativa começou em Lisboa com uma exposição itinerante «Eficiência Energética». Esta exposição consiste num atrelado, que funciona como uma «casa» interactiva, permitindo que os cidadãos possam aprender sugestões de eficiência energética através de paredes interactivas, concursos e actividades educativas e atractivas para crianças e famílias. O atrelado esteve aberto ao público na Gare do Oriente, no Parque das Nações e irá em seguida marcar presença na Praça de Gomes Teixeira, no Porto (de 4 a 8 de Outubro). 

Esta iniciativa da Comissão Europeia beneficia do apoio de parceiros locais e regionais, incluindo a Agência para Energia (ADENE), Associação das Agências de Energia e Ambiente (RNAE), Agência de Energia e Ambiente de Lisboa (Lisboa E-nova), Agência de Energia do Porto (AdEporto), Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE – FCT/UNL), Direção-Geral do Consumidor (DGC), Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), DECO, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), assim como dos Municípios de Lisboa e Porto. O Laboratório Nacional de Energia e Geologia contribuiu com o aconselhamento técnico para a fase inicial de execução desta iniciativa.

O início desta iniciativa-piloto aconteceu no dia 21 de Março na República Checa, seguida da Roménia e Grécia, e chega agora a Portugal. Até agora, a campanha já atingiu – através de diversos canais – mais de 18,5 milhões de europeus. Actividades complementares pela Comissão Europeia incluem o recentemente apresentado Observatório da Pobreza Energética da UE, que visa proporcionar recursos de acesso livre e de fácil utilização que promovam o envolvimento do público com o assunto da pobreza energética, assim como disseminar informação e melhores práticas.

Dados EU SILC (Statistics on Income and Living Conditions) para Portugal

  • 20,4 % dos cidadãos referem que não conseguem manter a sua casa adequadamente aquecida;
  • 7,3 % enfrentam atrasos na sua fatura de energia; este número atinge os 15,5 % para indivíduos solteiros com crianças;
  • 25,5 % da população vive em habitações com infiltrações no telhado, humidade na parede, no chão ou nas fundações ou com caixilhos de janelas ou chão deteriorados;
  • Os custos externos relacionados com a saúde causados pela poluição do ar são estimados em 4 mil milhões de euros (valores baseados em dados de 2010 ajustados ao rendimento);
  • Aproximadamente 25 % da população portuguesa vive num alojamento (privado) alugado;
  • Políticas eficazes de eficiência energética podem levar a uma maior redução do consumo de energia, especialmente para aquecimento, mantendo em simultâneo os níveis de conforto em casa;
  • A redução do desperdício de energia e, em simultâneo, das faturas de energia, são a principal ferramenta para combater a pobreza energética para famílais para as quais a fatura de energia representa uma percentagem significativa do rendimento;
  • Os consumidores domésticos estão empenhados em receber mais informações sobre como poupar através de acções simples e eficazes de poupança energética.