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Oito organizações defendem criação do Observatório Português de Pobreza Energética

 

Oito organizações defendem criação do Observatório Português de Pobreza Energética

25 de maio de 2021

Oito organizações ligadas ao ambiente, energia e defesa do consumidor defendem a criação de um Observatório Português de Pobreza Energética, que promova a eficiência no uso da energia.

Num comunicado hoje divulgado, as organizações consideram que seria importante haver uma plataforma que reunisse uma rede de projectos e um centro de conhecimento português, por exemplo um Observatório, com a participação das principais entidades a trabalhar no tema, como universidades, agentes locais, entidades públicas, organizações não governamentais ou associações.

Esse Observatório serviria para a “monitorização da evolução da pobreza energética no país, troca de experiências, divulgação de boas práticas, criação de sinergias e aumento do impacto real na sociedade inserido no modelo de governação idealizado”.

O comunicado, assinado pelas organizações CENSE-FCT/NOVA, Coopérnico, DECO, OBSERVA/ICS-ULisboa, Lisboa E-Nova, RNAE, S.ENERGIA, e Zero, foi divulgado na sequência do encerramento, na semana passada, da consulta pública à “Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2021-2050”.

Os subscritores do comunicado consideram que a Estratégia “é um bom ponto de partida para uma reflexão e princípio de actuação”, que “apresenta uma contextualização detalhada do enquadramento político europeu e nacional” e uma caracterização da situação nacional, além de propor medidas de luta contra a pobreza energética “diversas e abrangentes”.

Ainda assim, as organizações propõem que a definição de pobreza energética não se refira apenas a rendimentos, desempenho energético das habitações e custo da energia, porque, dizem, a pobreza energética não depende apenas de dinheiro sendo antes a “incapacidade ou dificuldade de manter a habitação com um nível adequado de serviços energéticos essenciais”.

A Estratégia, defendem as organizações no comunicado, tem de reconhecer como prioritária a renovação de paredes, coberturas e janelas dos edifícios, porque o mau isolamento é tido como uma das principais causas da pobreza energética, e tem de definir objetivos associados às metas a atingir e impacto na mitigação do problema.

E depois é preciso que a Estratégia proposta pelo Governo concretize e detalhe medidas e um calendário, e defina um Plano de Ação.

“É importante delinear mecanismos que conjuguem financiamento público, privado e formatos inovadores, para que seja possível comunidades de cidadãos desenvolverem projetos de renovação do edificado, melhoria da eficiência energética e produção de energia renovável, envolvendo todos os interessados, independentemente da capacidade financeira de cada um”, diz-se ainda no comunicado.

Na “Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2021-2050”, elaborada pelo Ministério do Ambiente, afirma-se que a pobreza energética afecta “um número significativo de famílias em Portugal” e que está associada a problemas de saúde e bem-estar das pessoas, como problemas respiratórios, cardíacos e de saúde mental, devido entre outras situações a não ser possível manter uma temperatura adequada dentro das casas.

O combate à pobreza energética, lembra-se no documento do Governo, é uma das principais áreas de actuação do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do qual Portugal irá destinar ao setor residencial, nos próximos cinco anos, 300 dos 610 milhões de euros alocados à eficiência energética de edifícios.

Dos 300 milhões de euros, 130 milhões servirão para aplicar a medida “vale eficiência” (para famílias tornarem as casas mais eficientes), 135 milhões para dar seguimento ao programa Edifícios+Sustentáveis (melhoramento de edifícios) e 35 milhões para desenvolver projectos de autoconsumo coletivo e comunidades de energia renovável.

LUSA/DI