BEI e UCI vão promover projectos de eficiência energética em Espanha e Portugal
O Banco Europeu de Investimento (BEI) e Unión de Créditos Inmobiliarios (UCI) preparam-se para financiar investimentos ecológicos na Península Ibérica, incluindo a reabilitação de edifícios existentes e a construção de novos imóveis de balanço energético quase nulo.
Estes investimentos serão possíveis porque a UCI disponibilizará créditos à habitação e empréstimos pessoais para melhorar a eficiência energética dos edifícios.
O acordo permitirá à UCI gerar uma nova carteira de financiamento ecológico no valor de, pelo menos, 100 milhões de euros em Espanha e Portugal, que inclui hipotecas e empréstimos a particulares e a associações. Para o efeito, o BEI irá participar na tranche de prioridade superior de um título garantido por créditos hipotecários residenciais («RMBS»), com um montante total de aproximadamente 100 milhões de euros.
A carteira titularizada foi originada pela UCI e é composta por empréstimos hipotecários portugueses existentes. Esta operação irá revigorar as capacidades de financiamento da UCI, para lançar e comercializar activamente novas linhas de produtos no domínio das energias renováveis, alargando assim a capacidade financeira da UCI para conceder empréstimos à eficiência energética na região.
Trata-se do primeiro projecto apoiado pelo BEI que envolve a constituição de uma carteira de novos empréstimos para a eficiência energética, que cumprem os requisitos estabelecidos pelo Banco da UE e pelo Plano de Acção para Hipotecas com Eficiência Energética («Energy Efficiency Mortgage Action Plan», EeMAP), uma iniciativa desenvolvida pela Federação Hipotecária Europeia e apoiada pela Comissão Europeia (CE).
O apoio do BEI permitirá à UCI financiar a construção de edifícios de balanço energético quase nulo, bem como a reabilitação energética de imóveis residenciais em Portugal e Espanha, tendo como beneficiários finais os clientes particulares e as associações de proprietários. O projecto ajudará a cumprir os objectivos de acção climática e poupança energética da região, e a atrair investimentos no domínio da eficiência energética, promovendo em simultâneo o mercado de capitais para os títulos garantidos por créditos hipotecários residenciais («Residential Mortgage-Backed Securities», RMBS) na Península Ibérica, especialmente em Portugal, onde a actividade de investimento neste domínio tem sido moderada desde a última crise financeira.
Estima-se que serão construídos novos edifícios com uma área aproximada de 25 000 m² e reabilitados imóveis com uma área total de 450 000 m² em Portugal e Espanha. Mais de 3 000 pessoas beneficiarão destes investimentos, prevendo-se uma poupança energética total de 43,7 GWh por ano, após a finalização do projecto. Além disso, estima-se que os subprojectos venham a criar 1 230 postos de trabalho durante o período de construção.
Segundo Emma Navarro, Vice-Presidente do BEI responsável pela actividade em Espanha e Portugal e pela Acção Climática do Banco, "Apesar das circunstâncias difíceis que todos enfrentamos e de os nossos esforços estarem concentrados no combate à COVID-19, não perderemos de vista o objectivo do BEI de apoiar a transição da Europa para uma economia e uma sociedade com baixas emissões de carbono. É com grande satisfação que o BEI apoia esta operação inovadora, que estimula investimentos na eficiência energética em Portugal e Espanha e torna patente o compromisso do Banco de continuar a promover projectos ecológicos. O BEI envidará os seus melhores esforços para assegurar que a recuperação europeia após a emergência de saúde seja centrada no clima e no ambiente.
Roberto Colomer, Director Executivo da UCI, sublinhou: "A nossa colaboração com o BEI no âmbito do projecto EEMI da Federação Hipotecária Europeia permitir-nos-á continuar a promover a eficiência energética e casas mais sustentáveis em Portugal e Espanha. A reabilitação de casas e edifícios na Europa é essencial para conseguirmos cumprir os objectivos do plano Horizonte 2030 para o desenvolvimento sustentável na UE, uma meta que a UCI está totalmente empenhada em atingir".
"A recuperação da crise provocada pela COVID-19 deve assentar num novo paradigma ecológico, que garanta novas atitudes a nível económico e social. O ponto de partida será uma reavaliação do espaço e do ambiente em que vivemos, de uma forma totalmente diferente e, acima de tudo, sustentável. O investimento ecológico em edifícios será a peça central de um mecanismo que promoverá uma nova cultura no mercado", defendeu Luca Bertalot, secretário-geral da Federação Hipotecária Europeia.
A UCI irá disponibilizar quatro linhas de produtos diferentes: empréstimos pessoais ecológicos para a reabilitação de condomínios; empréstimos pessoais ecológicos para a reabilitação de imóveis particulares; empréstimos hipotecários ecológicos para imóveis novos (classes energéticas A e B); e empréstimos hipotecários ecológicos para imóveis existentes (aquisição e reabilitação).