'Shoppings' e restaurantes abrem hoje com novas condições e excepção em Lisboa
Os centros comerciais e os restaurantes de Portugal continental reabrem hoje com novas condições de funcionamento, à excepção dos 'shoppings' da Área Metropolitana de Lisboa (AML), que continuarão fechados pelo menos até quinta-feira.
Segundo deliberação do Conselho de Ministros de sexta-feira, os centros comerciais e as lojas do cidadão vão permanecer fechados na AML até 4 de Junho, de acordo com a terceira fase do plano de desconfinamento do Governo.
No restante território continental, os centros comerciais poderão reabrir, com o primeiro-ministro, António Costa, a assinalar na conferência de imprensa após reunião do Conselho de Ministros que Alentejo, Algarve, Norte e Centro "têm tido um nível de evolução essencialmente estável", com um "forte decréscimo de incidência" da pandemia de covid-19, o que não acontece em Lisboa e Vale do Tejo.
António Costa contrapôs que a região de Lisboa e Vale do Tejo "tem tido um aumento muito significativo do número de casos" de covid-19, mas salientou que a situação "não revela uma situação, de forma alguma, de descontrolo".
Na sexta-feira, o primeiro ministro anunciou também que esta semana, na quinta-feira, o Conselho de Ministros vai reavaliar se há ou não condições para a reabertura dos centros comerciais da Área Metropolitana de Lisboa.
Assim, com excepção de Lisboa, as lojas do cidadão reabrem hoje, por marcação prévia e com uso obrigatório de máscara, e reabrem também as lojas com área superior a 400 metros quadrados, as lojas e restaurantes inseridos em centros comerciais e acaba a lotação máxima de 50%, mantendo o distanciamento mínimo de 1,5 metros.
Também os estabelecimentos de restauração poderão, a partir de hoje, voltar a utilizar a sua capacidade máxima, desde que consigam assegurar distanciamento de metro e meio entre as mesas e coloquem acrílicos entre os clientes, disse na sexta-feira o primeiro-ministro.
“Desaparece a regra da lotação máxima de 50% nos restaurantes, mantendo-se a necessidade de distanciamento de metro e meio, desde que, entre os clientes, seja colocada uma barreira física impermeável”, afirmou o chefe do Governo.
De acordo com António Costa, “os restaurantes poderão optar ou por manterem as normas da redução da lotação e o distanciamento de dois metros que está em vigor, ou podem evoluir para utilizarem a sua lotação a 100% com a necessidade de metro e meio de afastamento entre mesas, desde que existam barreiras físicas impermeáveis a separar os comensais numa mesma mesa”.
Esta é uma decisão “que ficará a cargo de cada estabelecimento de restauração”, assinalou.
Centros Comerciais preparados para a abertura
Entretanto a Associação Portuguesa de Centros Comerciais – APCC, enquanto interlocutor deste sector em Portugal, reitera que os Centros Comerciais e os seus lojistas estão preparados para voltar a funcionar em pleno a partir de hoje, como anunciado esta sexta-feira pelo Governo, garantindo todas as condições de segurança aos visitantes e colaboradores das lojas.
"A APCC congratula-se com a decisão, esperada, do Governo, para a abertura dos Centros Comerciais no dia 1 de Junho, apesar da frustração pela excepção imposta à Área Metropolitana de Lisboa, embora compreendamos as razões de natureza sanitária. Os Centros Comerciais e os seus lojistas são um aliado no combate à propagação do novo coronavírus: fizeram investimentos significativos em equipamentos e formação, e têm condições para garantir a segurança de visitantes e colaboradores das lojas na reabertura total das actividades dos lojistas no dia 1 de Junho, cumprindo as regras estabelecidas pelo executivo e as recomendações da Direcção-Geral da Saúde. Esta situação foi comprovada durante o estado de emergência e nas fases 1 e 2 do plano de reabertura. Estamos cientes da complexidade do contexto que vivemos, mas queremos sublinhar que os Centros Comerciais minimizam o risco de contágio, não o agravam, permitindo à população aceder a um conjunto significativo de bens e serviços num ambiente com acesso limitado e controlado, e onde as boas práticas dos visitantes são monitorizadas e geridas por equipas profissionais de modo a minimizar os riscos. Ficamos, assim, na expectativa de que as limitações impostas aos Centros Comerciais localizados na Área Metropolitana de Lisboa (AML) sejam revogadas a muito curto prazo, pois o adiamento da reabertura total destes espaços terá um impacto significativo na recuperação económica e na preservação dos postos de trabalho, que todos ambicionamos", defende o Presidente da APCC, António Sampaio de Mattos.
Os Centros Comerciais localizados na AML continuarão a funcionar, tal como fizeram durante o estado de emergência e nas primeiras fases da retoma da economia, para garantir às populações o abastecimento de bens de primeira necessidade os serviços considerados essenciais pelo Governo, nomeadamente supermercados e hipermercados, electrónica de consumo, farmácias, papelarias, cabeleireiros, livrarias ou restaurantes com espaço próprio ou em serviço take-away.
LUSA/DI