Valença: obras de 1,8 M€ concluem requalificação da fortaleza
O presidente da Câmara de Valença disse hoje que a quarta e última fase da requalificação da fortaleza de Valença, orçada em mais de 1,8 milhões de euros, vai começar "em Outubro/Novembro" para estar concluída dentro de um ano.
Jorge Mendes adiantou que aquela intervenção "vai incidir nas infraestruturas enterradas da parte norte da fortaleza, sendo das quatro empreitadas a que menos impacto terá no comércio e na vida das pessoas".
"As obras vão decorrer na ala norte da fortaleza onde não há estabelecimentos comerciais e terá pouco impacto na rotina da população", especificou.
O autarca revelou que "a candidatura daquela obra foi aprovada, com financiamento de 85% do programa comunitário Norte 2020, através do Plano de Acção de Regeneração Urbana, sendo a verba restante assegurada pelo município".
Jorge Mendes explicou que a empreitada visa assegurar "estacionamento ordenado, mais espaços verdes, circuitos pedonais nos topos da muralha, novo mobiliário urbano".
A intervenção pretende garantir "mais acessibilidade, comodidade e a valorização do património, fecha o ciclo de intervenções no espaço público urbano do centro histórico", desenhadas pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, num investimento global de 8,5 milhões de euros.
A requalificação da fortaleza começou em 2004 projectada por Souto Moura. Na altura, o arquitecto comparou a intervenção a uma prótese dentária, dizendo que, "no final das obras, Valença não será a mesma, mas manterá a mesma cara".
A intervenção foi "precipitada" por um alerta emitido em Julho de 2003 pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), dando conta de que a fortaleza corria o risco de derrocada, face à "deficiente" drenagem de águas pluviais e à "decrepitude" das redes de infraestruturas subterrâneas.
A fortaleza de Valença, monumento nacional, candidata a Património da Humanidade da Unesco recebe, por ano, mais de dois milhões de turistas.
Assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
A fortaleza desempenhou um papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3.500 homens, em dois regimentos do Exército. A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.
Lusa/DI