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IHRU vai ter sete milhões de euros este ano para iniciar reabilitação de 4.000 fogos

 

IHRU vai ter sete milhões de euros este ano para iniciar reabilitação de 4.000 fogos

17 de junho de 2020

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) tem destinados sete milhões de euros para este ano iniciar a reabilitação de 4.000 fogos, obras que se prevê decorrerem até 2023, existindo no entanto a dificuldade de intervir em prédios de propriedade mista.

“O IHRU tem 14.000 fogos, dos quais 4.000 precisam de reabilitação profunda, o que quer dizer que os outros 10.000 já não precisam, precisam de conservação”, avançou a presidente do IHRU, Isabel Dias, no âmbito de uma audição na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, a requerimento do BE, na Assembleia da República, em Lisboa.

Apesar de a reabilitação dos 4.000 fogos do IHRU, num investimento total de 43 milhões de euros até 2023, constar do Plano de Estabilização Económica e Social (PEES), apresentado pelo Governo para responder à crise provocada pela pandemia da covid-19, Isabel Dias lembrou o “esforço enorme” que tem sido feito pelo instituto na reabilitação do património imobiliário, em que as obras estão “praticamente concluídas” em 10.000 fogos.

Para a reabilitação dos fogos em falta, “estão disponíveis para o IHRU os sete milhões de euros que são para o ano corrente”, indicou a presidente do instituto.

“Somos perfeitamente capazes de executar”, assegurou.

Sem adiantar quais as obras prioritárias entre os 4.000 fogos a intervir, Isabel Dias explicou que há edifícios que estão “parcialmente ocupados”, com muitas situações de prédios de propriedade mista, pelo que está a ser “estudada a forma de se conseguir promover as obras”.

Sobre o anúncio de fogos a reabilitar no património do IHRU, a deputada do PSD Filipa Roseta manifestou-se “muito céptica”, considerando que há “muito milhão anunciado e zero fogos”, inclusive no Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE), e apelidando o actual executivo de “Governo dos ‘powerpoint’”.

Em resposta, num momento tenso em que foi até ponderada a interrupção da audição, a deputada socialista Marina Gonçalves reconheceu haver programas orçamentados que ainda não tiveram execução, mas sublinhou que “o processo está em curso”.

“O Governo de PSD e CDS-PP não teve nenhuma intervenção” no sector da habitação, acrescentou.

Questionada sobre a proposta, que consta do PEES, de criação de uma Bolsa Nacional de Alojamento de Emergência, destinada a pessoas em situação de sem-abrigo, a presidente do IHRU disse que “é uma resposta conjunta entre a área social e a área da habitação, com vista às situações que são menos no sentido da autonomia habitacional e mais no sentido de um apoio imediato”.

No apoio habitacional a pessoas em condição de sem-abrigo, o IHRU regista a atribuição de 11 habitações e há ainda registo de cinco casos em que os destinatários recusaram a atribuição de um fogo.

O instituto dispõe de “20 habitações destinadas à atribuição a pessoas sem-abrigo numa fase de autonomização”.

Além deste apoio, a presidente do IHRU indicou que o 1.º Direito - Programa de Apoio ao Acesso à Habitação permite também o apoio às unidades residenciais para acolher pessoas sem-abrigo, através de municípios ou entidades com fins sociais, “com comparticipação a fundo perdido até superior à regra”.

Na perspectiva de Isabel Dias, uma das vantagens das unidades residenciais é que dispõem de fracções autónomas, sem prejuízo de existirem áreas comuns onde podem ser promovidas soluções de apoio de acompanhamento ou de refeições.

Relativamente ao apoio ao arrendamento habitacional, o programa Porta 65 Jovem está a ajudar, neste momento, 15.345 jovens, disponibilizando 8,3 milhões de euros entre Janeiro e Abril, da dotação de 21,5 milhões de euros para este ano, revelou a presidente do IHRU.

No primeiro período de apresentação de candidaturas, que terminou em 25 de Maio, foram registadas 7.997 candidaturas, “das quais 4.587 são novas candidaturas e 3.410 são renovações”, apontou Isabel Dias, acrescentando que, no período homólogo de 2019, foram submetidas 8.282 candidaturas, das quais 6.034 novas e 2.248 renovações.

LUSA/DI