Câmara de Oeiras vai recuperar Casa da Pesca, monumento nacional, por 8 M€
Num investimento municipal de 8 milhões de euros, a Câmara Municipal de Oeiras, vai recuperar a Casa da Pesca, que se situa nos jardins do Palácio Marquês de Pombal Conde de Oeiras e, inserida na ex-Estação Agronómica Nacional.
A Casa da Pesca é a denominação que se tem vindo a utilizar para definir o núcleo constituído pela Casa, Cascata do Taveira, o Tanque e os Jardins, localiza-se num recanto da encosta do Vale, alinhada com o pelourinho e com o centro da Vila de Oeiras, organizando-se perpendicularmente a este e à Ribeira da Laje.
Após vários anos encerradas ao público, as portas do complexo da Casa da Pesca, a autarquia vai abrir as suas portas no próximo sábado, para uma visita da população. O convite é feito pelo Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais que, com a recente passagem da gestão deste património para o Município, quer dar a conhecer aos oeirenses este património, bem como o actual estado em que se encontra.
Assim, o convite é para uma visita à ex-Estação Agronómica Nacional, incluindo toda a área da Casa da Pesca, no próximo dia 19 de Outubro, pelas 15:30 horas.
Os locais de passagem são a Casa da Pesca e os seus painéis, mas também outros edifícios que fazem parte deste conjunto monumental e que também serão reabilitados pela Câmara Municipal, nomeadamente a Cascata do Taveira, a Cascata da Fonte do Ouro, a Casa do Bicho da Seda e o Pombal.
Os historiadores José Meco, Filomena Serrão, Rodrigo Dias e Isabel Mendonça vão receber os visitantes, dando a conhecer um pouco da história deste património nacional.
Resumo histórico do complexo da Casa de Pesca
O início da construção deste conjunto terá ocorrido logo após a aquisição do terreno da quinta do Taveira, em 1755. Distribuindo-se em três níveis: o primeiro em cota baixa onde se situa o Jardim; o segundo onde se encontra a cascata e o tanque. E existe ainda um outro nível pelo qual se acede ao alçado tardoz da casa, e onde existe um fontanário, a partir deste jardim temos uma perspetiva do tanque.
O conjunto revela-se um cenário de confluência do imaginário barroco, onde a arte aliada à arquitectura se predispunha a criar um ambiente de lazer e recreio digno do seu proprietário.
Este recinto deve o seu nome aos painéis de azulejo com motivos da faina da pesca, que cobrem as paredes de uma sala quadrada, bem como à decoração de estuques, também subordinada ao tema da pesca que se processava no enorme tanque que se encontra do lado direito da casa. No centro do jardim que precede o conjunto da Casa da Pesca existe um lago com a forma dos quatro crescentes que constituem as armas dos Carvalhos, apresentando uma estrela de oito pontas ao centro. Neste jardim surge uma escadaria com muros cobertos de azulejos pombalinos de padrão.
A envolvente à cascata e ao tanque (transportam-nos para uma ambiência barroca; as namoradeiras, os grandes painéis de azulejos, e a cascata), sendo a imagem do espelho de água um dos motivos que torna este espaço num lugar contemplativo impar.
A Casa da Pesca localiza-se na parte Norte da Quinta de recreio dos Marqueses de Pombal, em Oeiras, propriedade construída por Sebastião de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal (1699-1782), e pelos seus irmãos, Francisco Xavier de Mendonça (1701-1769) e Paulo António de Carvalho e Mendonça (1702-1770). A responsabilidade do projecto da Quinta, e possivelmente do espaço da Casa da Pesca tem sido atribuída ao arquitecto Carlos Mardel (c.1695-1763).