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Câmara da Lourinhã vai reabilitar e revitalizar o Forte de Paimogo

5 de novembro de 2021

A Câmara da Lourinhã vai investir cerca de 900 mil euros na reabilitação do Forte de Paimogo e da área envolvente e na dinamização do espaço, tendo financiamento garantido para o projecto, foi hoje anunciado.

O financiamento, no valor de 750 mil euros, vai ser assegurado pelo mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu EEA Grants.

“O projecto visa a reabilitação do forte, através do uso de técnicas e materiais de construção não destrutivas da identidade do edifício, bem como o investimento em actividades com a comunidade local e escolar e a promoção do turismo sustentável, com a finalidade de criar novas oportunidades e serviços para o desenvolvimento local”, refere em nota de imprensa do município do distrito de Lisboa.

 

“Forte de Memórias”

Com o investimento, a autarquia pretende “dar uma nova função ao Forte de Paimogo, transformando-o no ‘Forte de Memórias’, através do reforço da identidade da comunidade local e da recuperação e apropriação dos saberes tradicionais”.

O projecto prévio de arquitectura e da envolvente paisagística ao forte está em apreciação na Direcção-Geral do Património Cultura (DGPC), estando o município a aguardar a sua validação para continuar com o projecto de execução e lançar concurso público para as obras.

Até ao final do mês, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) deverá concluir os estudos de avaliação dos materiais a aplicar na reabilitação e, nas próximas semanas, é lançado o projecto de execução da consolidação da arriba.

O projecto conta ainda com a parceria da Universidade de Oslo, do Centro de Estudos Históricos da Lourinhã e da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia.

Trata-se de um dos seis projectos apoiados pelo Programa Cultura, da DGPC, destinado a promover o desenvolvimento local através da salvaguarda e revitalização do património cultural costeiro.

O EEA Grants é um mecanismo financeiro plurianual, através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega apoiam os Estados-membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do Produto Interno Bruto 'per capita', em que se inclui Portugal, para reduzir as disparidades económicas e sociais e reforçar as relações bilaterais.

 

Linha de defesa do Tejo

A construção do Forte de Paimogo remonta ao ano de 1674, estando classificado como imóvel de interesse público desde 1957. A fortaleza tinha por função a defesa daquele trecho do litoral, integrando a segunda linha de defesa da barra do rio Tejo, que se estendia da Praça-forte de Peniche até Cascais.

Em meados do séc. XIX perdeu a sua função defensiva em função do desenvolvimento dos meios bélicos à época.

O imóvel é propriedade do Estado, mas encontra-se há várias décadas à guarda do município.

Em Junho passado, autarquia e Ministério da Administração Interna estabeleceram um acordo de cedência do forte e do antigo posto da Brigada Fiscal de Paimogo por 50 anos, no âmbito do processo de descentralização de competências do Estado para os municípios.