Negócios mediados pela Century 21 disparam 76% e ultrapassam os 846 milhões
Os três primeiros meses do ano foram de crescimento para a rede de mediação imobiliária Century 21: Facturação subiu 65 % face ao período homólogo de 2021 ano anterior e superou os 21 milhões de euros.
O volume de negócios mediado diretamente pela rede Century 21 Portugal e em partilha com outros operadores - onde um agente imobiliário representa o proprietário e outro, de outra empresa, representa o comprador - disparou 76% para os 846 435 197 euros, em linha com a trajectória ascendente dos principais indicadores operacionais.
Entre Janeiro e Março deste ano, foram realizadas 4 727 transacções de venda de imóveis na rede nacional Century 21 Portugal, o que traduz um expressivo aumento de 54% em relação às 3065 efetuadas no primeiro trimestre de 2021. O valor médio dos imóveis transacionados na rede imobiliária registou um aumento de 14,3 % e fixou-se nos 179 064 euros, a nível nacional.
Na rede Century 21 Portugal, o segmento nacional representou 83% do número de transacções, enquanto cerca de 17% das operações foram do segmento internacional, o que confirma a recuperação da procura no mercado imobiliário nacional por parte de investidores internacionais, que foram adiadas durante o período mais crítico da pandemia. No primeiro trimestre do ano, os principais países que predominaram no segmento internacional foram a França, Reino Unido, Brasil, Bélgica e Estados Unidos.
Segundo Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, "a evolução dos preços neste trimestre é uma consequência da conjugação de três factores, que amplificam o efeito do gap entre a actual escassez da oferta e uma procura muito activa. Em primeiro lugar, a deslocalização e concentração da procura em novas áreas urbanas, o que potencia uma subida dos preços nos mercados periféricos das principais cidades, como se verifica, por exemplo, na Área Metropolitana de Lisboa, com a capital a registar uma estabilização dos preços médios e uma subida significativa em muitos concelhos, nomeadamente da margem sul. Por outro lado, o acesso ao crédito habitação - apesar de critérios mais apertados para a concessão de crédito - existe bastante liquidez no mercado, o que permite que muitas famílias possam aceder a financiamento. Por fim, os restritos confinamentos causados pelos surtos de COVID 19 na China e a guerra da Ucrânia estão a acentuar as disrupções nas cadeias globais de distribuição e a criar muita pressão na inflacção, a nível nacional e internacional. E estão, também, a criar grandes desafios aos sectores da construção e promoção imobiliária, limitando a capacidade de entrega de construção nova e limitando, consequentemente, a rotação de imóveis usados no mercado".
Lisboa, Setúbal, Coimbra, Porto e, Leiria foram os distritos que mais venderam
Nos seis distritos do país que registaram o maior número de transacções – Lisboa, Setúbal, Coimbra, Porto, Leiria e Faro-as habitações mais procuradas continuaram a ser os apartamentos T2 e T3. Numa análise mais detalhada ao segmento de imóveis vendidos, constata-se que o Distrito de Faro foi onde se verificou o maior aumento (14,1%) do preço médio de venda, seguido pelo Distrito de Coimbra onde a subida média dos preços rondou os 13%. O Distrito de Setúbal registou uma evolução de 6,75% no valor médio dos imóveis, mas também uma diminuição da área útil dos apartamentos da ordem dos 2,3%. Já no Distrito do Porto o aumento do valor médio dos imóveis transaccionados fixou-se nos 4,1%, enquanto a média da área útil do imóvel se reduziu 6,45%.
“Neste trimestre, os valores médios de transação foram influenciados pelo movimento da procura da cidade de Lisboa e outros concelhos da AML - que nos últimos trimestres registaram subidas mais acentuadas e que agora começam a estabilizar - para outros concelhos a sul do Tejo, especialmente no Distrito de Setúbal, que ainda oferecem soluções de habitação ajustadas às necessidades e capacidade aquisitiva dos portugueses. Igualmente, cidades secundárias, que tinham vindo a apresentar maior resistência à recuperação do sector, neste momento beneficiam, também, de uma procura mais ativa que está a impulsionar os valores dos imóveis, como se verifica, por exemplo, no Distrito de Coimbra. Por outro lado, a retoma da mobilidade veio reactivar a procura internacional e a aquisição de segundas residências por parte dos portugueses, uma dinâmica que impacta directamente o mercado algarvio e reflecte a evolução registada nos preços desta região”, salienta o responsável da Century 21.
Operações de arrendamento registaram uma subida de 47%
O número de operações de arrendamento registou uma subida de 47%, seguindo a tendência crescente que se tem vindo a registar nos últimos trimestres. Nestes três primeiros meses de 2022, foram realizadas 1060 operações de arrendamento, o que reflecte um aumento de 47% face às 721 registadas no mesmo período do ano anterior. A nível nacional, o valor médio de arrendamento de apartamentos fixou-se nos 936 euros, o que revela um aumento de cerca de 9,4 % face à média de 855 euros registada no mesmo período do ano passado.
Na análise ao mercado de arrendamento dos seis principais distritos, em termos de número de transacções imobiliárias, na rede Century 21 Portugal, verifica-se que a região onde a média dos valores de arrendamento mais diminuiu foi o Distrito de Faro, com a renda mensal a fixar-se nos 691 euros, quase menos 3,5% do que a média dos 716 euros registada em igual período do ano passado, enquanto no Distrito de Coimbra o arrendamento médio mensal registou um ligeiro decréscimo de 1,15% para se fixar nos 518 euros.
Por outro lado, os aumentos mais expressivos foram registados no Distrito de Leiria, com uma subida de 16,6% no valor médio do arrendamento, seguido dos distritos de Setúbal com um aumento de 12,24% e Porto com os valores médios da renda a crescer 12,21% e a superar os 809 euros, nos primeiros três meses do ano. O Distrito de Lisboa registou uma evolução do valor médio do arrendamento superior a 9,5% e a média das rendas na capital supera agora a barreira dos 1000 euros.
Ricardo Sousa acrescenta: "O segmento de arrendamento é mais flexível e bastante responsivo às flutuações da oferta e da procura. É uma solução habitacional, sobretudo, para quem apresenta menor capacidade económica e opta pelo arrendamento como a alternativa possível, ou para famílias e jovens que procuram uma opção flexível e temporária de habitação. Com o expectável aumento das taxas de juro e diminuição dos prazos do crédito habitação, estima-se um forte aumento da procura por soluções de arrendamento no segundo semestre de 2022. É urgente e prioritário um combate à informalidade que caracteriza o atual mercado de arrendamento, para que este segmento de mercado funcione eficazmente”.
Salienta-se, ainda, que o início do ano de 2022 registou uma sólida trajetória de expansão da Century 21 Portugal, com a rede nacional a registar um crescimento de 18% do número de lojas em operação e um aumento de 13% dos colaboradores da marca, face ao mesmo período do ano anterior. Entre Janeiro e Março de 2022 foram realizados mais 10 contratos de franchising e a rede imobiliária soma agora 193 unidades em operação e mais de 4038 colaboradores, a nível nacional.
Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, conclui: “O mercado imobiliário residencial registou um ano incrível em 2021, iniciou o ano de 2022 com melhores perspetivas do que no ano anterior e os indicadores do primeiro trimestre deste ano demonstram isso mesmo. Mas é bom entender que este mercado é, e será cada vez mais, exigente e gera desafios constantes aos profissionais do setor imobiliário. Os mercados funcionam por ciclos – expansão, correção, depressão e recuperação – o que significa que um ciclo de correção e depressão vai chegar. Mais do que prever o número de transações e a evolução dos preços em 2022, importa redefinir o papel do setor imobiliário, que é uma indústria estratégica para Portugal. É fundamental ter capacidade para antecipar as tendências do mercado e facultar soluções ajustadas às verdadeiras necessidades do mercado, numa lógica de longo prazo de sustentabilidade social, económica e ambiental”.
O que se espera para o mercado em 2022
- A subida de taxas de juro e a imposição do Banco de Portugal de uma convergência para prazos de 30 anos nos novos contratos de crédito habitação, máximo de 35 anos para jovens de 35 anos ou mais, já em vigor desde abril, irá diminuir ainda mais o poder de compra de casa dos portugueses e tornará o acesso à habitação ainda mais difícil especialmente para os jovens. Estes factores podem influenciar a diminuição da procura de compra e o consequente aumento da procura de arrendamento. É importante salientar que o acesso à habitação é o primeiro passo da emancipação e, em Portugal, existem cerca de 1,2 milhões de indivíduos com idades entre 25 e 34 anos, tipicamente as faixas etárias de independentização dos jovens.
- Este contexto irá contribuir para criar ainda maior pressão na procura, nos segmentos médios e médio baixo do mercado, forçando jovens e famílias a optarem por casas em concelhos e freguesias da AML e AMP que ainda oferecem soluções de habitação a valores mais reduzidos, comparativamente com outras zonas das áreas metropolitanas.
- Do lado da oferta, os principais desafios para o sector imobiliário são a escassez de mão de obra, a falta e o aumento do preço das matérias primas. Os ciclos de licenciamento e construção ainda muito longos não permitem a produção e entrega de novas habitações ajustadas às necessidades dos portugueses, ao ritmo necessário e desejado. Estes fatores influenciam quer as atividades de reabilitação de imóveis, quer as de construção nova, e limitam a rotação de habitações, o que não contribui para o aumento da oferta de imóveis usados e para uma utilização mais eficiente do parque habitacional português.
- Pela positiva, a escassez de mão de obra em vários sectores torna o mercado de trabalho bastante dinâmico, e cria oportunidades de suporte aos jovens e famílias para iniciar o seu processo de aquisição de casa.