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Negócios imobiliários 'secretos' do Novo Banco passam pelas Ilhas Caimão

28 de julho de 2020

São 13 mil os imóveis do portefólio “Viriato”, que o Novo Banco alineou em 2018, com perdas, mas compensado pelo Fundo de Resolução. Vendeu a um fundo das Ilhas Caimão e ainda financiou a compra por metade do valor patrimonial. 

A denúncia partiu de uma investigação do jornal Público, onde avança hoje que os activos valeriam nas contas do banco, 631 milhões de euros, tendo sido vendidos por 364 milhões.

Um negócio da 'China', só que desta vez português e que segundo o Público, apesar do valor das casas do portefólio “Viriato” terem provocado um prejuízo, contabilístico, no balanço do Novo Banco, o Fundo de Resolução injectou dinheiro para compensar esse prejuízo e acabou por ser o próprio Novo Banco a emprestar o dinheiro a quem comprou estes activos a preços de 'saldo'.

No entanto, o Novo Banco já veio rejeitar que os imóveis vendidos no âmbito do projecto Viriato, em 2018, tenham provocado "prejuízos directos" ao Fundo de Resolução.

Num comunicado enviado esta terça-feira para as redacções, refere que "em primeiro lugar esclarece-se que o Banco vendeu 5.355 imóveis que são compostos por 8.486 frações, e não os 13 mil imóveis que hoje, erradamente, é referido nos media", começa por referir o Novo Banco, adiantando que "a venda foi anunciada pelo banco em outubro de 2018 e os seus resultados anunciados ao mercado. Ao contrário do que se pretende foi uma das várias operações realizadas pela banca portuguesa em 2018 e 2019, aproveitando as boas condições do mercado imobiliário".

Para esclarecer esta situação, o PS quer que o presidente do Novo Banco seja ouvido logo na reabertura dos trabalhos parlamentares, em Setembro, visando esclarecer suspeitas se a venda de imóveis feita por este banco está a lesar o Estado.

Também o presidente do PSD, Rui Rio, avançou hoje a necessidade de uma investigação do Ministério Público ao Novo Banco, reafirmando que o Governo “nunca deveria ter pago” a esta instituição “sem aferir a seriedade das facturas”.

Já o PCP considerou hoje que a venda de imóveis do Novo Banco alegadamente abaixo do valor da avaliação é, a confirmar-se, “um crime económico contra o Estado português” e insistiu na nacionalização do banco.