Maior procura pelo turismo sustentável coloca aldeias à venda em Arouca e Silves no radar dos investidores
A procura do turismo de natureza passou a ter uma expressão diferente nos últimos meses, devido à pandemia e ao confinamento exigido para combater o novo vírus. Assim, o apelo ao turismo ecológico e sustentável e a procura de locais de baixa densidade populacional passaram a ganhar uma outra dimensão.
É neste contento que as aldeias de Covelo de Paivó e Janarde, em Arouca, no Norte, e a aldeia do Funcho de Diante, em Silves, no Algarve, ganham uma nova expressão.
Os dois empreendimentos estão em venda pela consultora Luximos Christie´s International Real Estate.
A primeira, uma aldeia, onde outrora viveram 14 famílias, possui agora onze casas, com o restauro já em fase avançada, numa área de quase 854 metros quadrados, que se encontra à venda por 900 mil euros.
A segunda, localizada junto à Barragem de Funcho de Diante, com paisagem deslumbrante sobre o rio Arade, em São Bartolomeu de Messines, Silves, Algarve, custa cerca de 1,2 milhões de euros.
Mais investidores interessados
Segundo a Luximos, o actual contexto fez aumentar o interesse pelos investimentos sustentáveis, em particular em ambientes de ar puro, descontaminado e em locais de baixa densidade populacional.
Ao Imobiliário, Ricardo Costa, CEO da Luximos Christie´s International Real Estate, destaca que, nestas duas aldeias portuguesas, se verifica o contacto de interessados. “No caso de Arouca, temos um cliente nacional a estudar um eventual investimento”, acrescenta.
Este projecto fica localizado numa região dominada por uma paisagem natural de montanha, “onde o xisto e a ardósia das casas tradicionais criam um enquadramento charmoso e de especial beleza” - destaca o site da mediadora - e onde o proprietário, apaixonado pela aldeia e pelas características da região, tem em curso trabalhos de reabilitação das casas. “No entanto, dado ser médico não tem disponibilidade para erguer ali um projecto turístico, pelo que mantém a aldeia à venda”, destaca a Luximos.
Projecto de turismo em Silves
Localizada em plena Rota do Lince Ibérico, esta aldeia junto à Barragem de Funcho de Diante, remonta há vários séculos.
Neste caso, frisa Ricardo Costa, “temos dois clientes internacionais, europeus, a desenvolver estudos de viabilidade para um projecto de turismo na natureza”.
Um empreendimento com grande potencial, cuja concretização é apoiada pela autarquia de Silves, que gostava de ver concretizado um projecto turístico neste local com uma paisagem idílica.
A aldeia, que se desenvolve numa área de mais de 93 mil m2 de área de terreno, foi abandonada com a construção da barragem, em 1974, estando neste momento as suas edificações em ruínas.
Fica a 15 minutos de São Bartolomeu de Messines, a 30 minutos das praias de Armação de Pêra e, aproximadamente, a 50 minutos do Aeroporto Internacional de Faro.
Aldeia junto aos Passadiços do Paiva
Chamam-lhe a aldeia encantada e fica perto da Cascata da Frecha da Mizarela, a mais alta de Portugal Continental, na belíssima Serra da Freita e dos Passadiços do Paiva, - inúmeras vezes distinguidos pelo World Travel Awards - e no conhecido Arouca Geopark, distinguida pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade.
Situada a 15 minutos de Arouca e a menos de uma hora de distância do Porto, esta aldeia – que, na realidade, é a junção de duas aldeias, a de Covelo de Paivó e Janarde – fica localizada perto de um novo investimento municipal que aguarda para breve a abertura. Trata-se da maior ponte pedonal suspensa do mundo, que, segundo a agência Lusa, deverá ficar concluída no início de Julho, mas ainda não tem data de inauguração, atrasada devido aos meses de confinamento.
“Ainda em construção junto aos Passadiços do Paiva e segura por cabos de aço, dispostos 175 metros acima do leito do rio, aquela que se antecipa como uma das principais atracções turísticas do distrito de Aveiro ainda só se pode apreciar ao longe, mas já exibe quase todo o gradeamento metálico que permitirá percorrê-la a pé, num trajecto que tem 516 metros de vão, e será ainda mais longo na prática, dada a curvatura aerodinâmica exigida ao tabuleiro”, refere a Lusa.
Autora: Elisabete Soares/Imobiliário - Vida Económica