
Lisboa propõe criação de Banco de Objectos e Materiais de Construção
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade uma proposta para a criação de um “Banco Municipal de Objectos e Materiais de Construção e Decoração” para permitir a reutilização noutros edifícios, prolongando o ciclo de vida dos produtos.
A proposta, que foi apresentada pelo CDS-PP e depois subscrita pelo PSD, PAN, MPT, PPM e oito deputados municipais independentes, mereceu também o acolhimento por parte da Câmara de Lisboa, com o vice-presidente do município, João Paulo Saraiva, a salientar que “está muito alinhada” com o trabalho que a autarquia tem feito ao nível da sustentabilidade.
No texto é referido que a Câmara de Lisboa tem vindo a implementar algumas iniciativas “muito importantes no âmbito da economia circular”, como os “Open Days” abertos à comunidade, que permitem a reparação de pequenos equipamentos eléctricos, peças de vestuário ou o restauro de cadeiras e outros objectos de madeira nas oficinais municipais com a ajuda de funcionários e voluntários.
Contudo, é acrescentado, é “igualmente importante chamar a atenção para o sector da construção civil dado que é um dos sectores com maiores impactos ambientais, sociais e económicos”, produzindo anualmente cerca de 7,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos.
Relativamente aos azulejos, existe já o Banco Municipal do Azulejo, sediado em Benfica, com 30 mil azulejos provenientes de edifícios demolidos ou intervencionados, doados ao município ou alvo de permutas, e cuja prioridade é serem reintegrados nos edifícios e no espaço público.
Contudo, lê-se na proposta, quanto à recolha e recuperação de outros materiais e objectos de construção e decoração caracterizadores da arquitectura lisboeta que podem ser reutilizados noutros edifícios, como portas, portadas, bancadas em pedra, vigas em madeira, entre outros, “existe um enorme potencial de reutilização que está por aproveitar”.
Citando o exemplo do “Banco de Materiais” da Câmara Municipal de Lisboa, na proposta é defendida a replicação desse projecto, complementando a actividade do Banco Municipal do Azulejo.
“Os objectos e materiais de construção e decoração a recolher poderiam ser inventariados e integrados num acervo museológico ou ser reutilizados na reabilitação do património edificado ou na construção de novos edifícios, como elementos históricos diferenciadores, contribuindo para o prolongamento do ciclo de vida destes produtos e para a prevenção e redução da produção de resíduos de construção e demolição na cidade”, é defendido.
LUSA/DI