Lisboa: Palacete Leitão adquirido pela igreja ismaelita do príncipe Aga Khan
A confissão islâmica ismaelita Imamat Ismaili, cujo imã é o príncipe Aga Khan, adquiriu por 13,5 milhões de euros o Palacete Leitão, em Lisboa. A propriedade, na Rua Marquês de Fronteira, é contígua ao terreno onde se situa o Palácio Henrique Mendonça projectado pelo arquitecto Ventura Terra em 1902 e adquirido em 2016 por 12 milhões de euros pela fundação do príncipe para sua sede.
Desde há 60 anos que a Aga Khan Development Network (AKDN) desenvolve acções de solidariedade um pouco por todo o mundo, seja na construção social, prestação de serviços essenciais, produção de energia, criando escolas, hospitais, etc. A sua actividade contribuiu para melhorar a vida de centenas de milhões de pessoas. Em Portugal, a AKDN está presente em Portugal desde 1983, onde existe uma importante comunidade ismaelita.
Refira-se que, desde 2015, foi atribuída pela Assembleia da República ao príncipe Aga Khan a cidadania portuguesa por "serviços relevantes" ao país.
O Palacete Leitão, agora adquirido e onde durante muitos anos funcionaram os cuidade de saúde dos SAMS (Serviço de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas), foi projectado pelo arquitecto italiano residente em Portugal Nicola Bigaglia em 1904.
O palacete tem interiores dignos de admiração, desde as pinturas de J. Ribeiro Júnior (1921) a um vitral da autoria de Ricardo Leone (1920), o principal responsável pela revitalização da arte do vitral em Portugal, no início do século X.
O palacete tem uma área útil de 3.500 m2 e está inserido num vasto jardim com uma área de 7.200 m2, esteve à venda durante bastante tempo pelo preço de 18 milhões de euros. Não é conhecido ainda o projecto arquitectónico da sua futura reabilitação.