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Investimento em imobiliário comercial pode atingir “máximo histórico” em Portugal

6 de junho de 2022

A Cushman & Wakefield estima que este ano o investimento em imobiliário comercial, ou seja, escritórios, retalho, indústria e hotelaria, possa atingir 3,6 mil milhões de euros, um “máximo histórico” em Portugal.

Em declarações à Lusa, Andreia Almeida, que lidera a área de ‘research’ da consultora imobiliária, disse que até agora “o máximo histórico foi em 2019, com 3,2 mil milhões de euros”, sendo que “corresponde a transacções em diferentes fases de negociação”, incluindo 250 milhões de euros concluídos até Abril, aos quais poderão acrescer negócios “off market”, ou seja, de que o mercado ainda não tem conhecimento.

Até Abril, este segmento cresceu 13%, referiu, destacando que os escritórios são a maior fatia, com um peso de 56%, seguidos da hotelaria, com 17%, e da indústria, com 14%.

A evolução do negócio depende do segmento, de acordo com Andreia Almeida. No caso dos escritórios, “há um indício de que efectivamente existe uma retoma da actividade deste segmento, já no ano passado se tinha iniciado e basicamente confirma-se com os valores que temos até Abril neste caso”.

Já no retalho, o comportamento varia de acordo com o segmento, sendo que existe “um claro interesse no sector alimentar” e uma “percentagem muito interessante de aberturas em centros comerciais”.

Questionada sobre a falta de oferta neste setor, Andreia Almeida indicou que “já era algo de que se falava muito, uma escassez de oferta de qualidade”, sendo que, “em altura de crise, muitos proprietários acabam por ter uma atitude cautelosa e só avançam com a construção se tiverem um arrendamento assegurado e isso começou a reverter-se”.

Mas agora “começou a aumentar a construção especulativa e cada vez mais há resposta para esta escassez”, assegurou.

Além disso, indicou, existe “um aumento de rendas generalizado e que nos próximos meses ainda tem margem para uma correção”.

Por outro lado, referiu, houve, no ano passado “um aumento do volume alocado a investidores nacionais”, tendo em conta que havia “restrições de viagens por parte dos investidores”, mas “muito deste investimento considerado como sendo nacional é de entidades que fazem gestão de 'portfolios' de capital de origem internacional”.

Entre Janeiro e Abril deste ano o peso do investimento estrangeiro atingiu os 72%, explicou a responsável.

LUSA/DI