Grupo Sonangol vende participação em imobiliária angolana
O grupo da petrolífera estatal Sonangol vai vender a participação de 51% que detém, através da SONIP, na empresa de imobiliário Kora Angola, conforme autorização presidencial deste mês.
A SONIP é uma das várias subsidiárias da petrolífera liderada pela empresária Isabel dos Santos, neste caso para a área do imobiliário e património, tal como a Kora Angola, empresa que em 2013 recebeu um contrato do Estado angolano para a construção de 17.000 habitações, em diversas zonas do país.
Um despacho assinado a 11 de Setembro último por José Eduardo do Santos, que cessou funções como presidente angolano esta terça-feira, autoriza a alienação total desta participação de 51% da SONIP na sociedade Kora Angola à empresa Diembo Limitada, mas sem adiantar informação sobre valores ou contornos do negócio.
"Ficam sob responsabilidade do adjudicatário todos os investimentos a serem efetuados pela referida sociedade, bem como o pagamento da totalidade dos valores devidos ao Estado pela alienação da sua participação, apurados através da avaliação patrimonial da empresa", lê-se no mesmo despacho.
Sonangol: reduzir custos, centrar-se no ‘core business’
O documento refere igualmente que a "actual conjuntura económica do país impõe a redução da intervenção e peso do Estado angolano na economia", além da "readequação e reorganização das empresas do sector público".
A empresária Isabel dos Santos assumiu em Junho de 2016 o cargo de presidente do conselho de administração do grupo Sonangol, nomeada para as funções pelo pai, o chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos, tendo como missão conduzir a reestruturação da petrolífera, o maior grupo empresarial de Angola.
"A empresa estava com os cofres vazios, tínhamos muitas dificuldades e este ano tem sido um ano no fundo de gerir essas dificuldades e conseguirmos passo a passo sobreviver às dificuldades e devagarinho começar a pensar no futuro", disse Isabel dos Santos, na terça-feira, após a cerimónia de investidura de João Lourenço como Presidente de Angola, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos.
A empresária admite que ainda é cedo para se "pensar num futuro brilhante", salientando que continua a decorrer o trabalho para se atingir a estabilidade da empresa e fazer com que as suas necessidades sejam cumpridas.
"Temos reduzido custos, temos instaurado um clima de mérito, as pessoas que merecem estão nos bons lugares, elas é que terão os cargos, tentamos mudar alguns critérios de trabalho, dar prioridade realmente ao que é importante. Quando se tem poucos recursos, quando não há muito dinheiro, é importante fazer o melhor possível com o pouco que se tem e é essa a filosofia que se tem estado a aplicar na empresa", salientou.
Lusa/DI