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Grupo Violas Ferreira investe forte no imobiliário do Porto

26 de março de 2018

A holding Violas Ferreira está a investir forte no mercado imobiliário do Porto, tendo em desenvolvimento o projecto de escritórios Porto Office Park, na Boavista, e a promoção de um projecto de habitação no edifício da antiga faculdade de Farmácia, em Cedofeita. Contudo, Tiago Violas Ferreira, que lidera o grupo, tem em fase de concretização a aquisição de outros activos imobiliários.

Tiago Violas Ferreira confirmou ao Imobiliário, publicado na Vida Económica, a aquisição destes projectos e o facto de a holding estar actualmente a reforçar os investimentos imobiliários na cidade do Porto. “Já tínhamos alguns activos espalhados por Lisboa e Porto, como é o caso do Edifício da Bolsa, no Porto, neste momento ocupado quase na íntegra pelo grupo Euronext, e avaliados em 30 milhões de euros”.

 A holding Violas Ferreira - com investimentos financeiros e imobiliários - está nesta fase a reforçar a componente imobiliária, depois de ter vendido a sua posição no BPI, na oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank, após um período de forte resistência.

Tiago Ferreira acredita que os próximos cinco anos serão de grande dinamismo no mercado imobiliário do Porto, a que se seguirá um período de estabilização, sendo o seu objectivo aproveitar este facto e investir numa cidade que conhece bem.

No caso do projecto de escritórios, salienta o facto de sentir, “por parte de potenciais clientes um grande interesse em instalar-se numa localização com estas características”, perto do Metro e com excelentes acessos viários, destacando “uma carteira de potenciais clientes de 80 a 90 mil m2”. Uma procura que é potenciada, na sua opinião, também pela oferta de bons recursos humanos formados pelas universidades do Porto, Aveiro e Braga.

 

Projecto da Broadway Malyan

O Porto Office Park vai ser um projecto inovador que marcará pela positiva o segmento de escritórios no Porto, que regista de há cerca de dois anos para cá grande escassez destes espaços. O empreendimento de escritórios, em início de construção, ocupa as antigas instalações da STCP, delimitadas pela Avenida Sidónio Pais e ruas João Araújo Correia, Tenente Valadim e Pedro Hispano, tendo o terreno sido comprado à Empril. Com 31.400 m2 de Área Bruta de Construção (ABC) acima do solo e 29 mil m2 de ABL, o projecto inclui dois edifícios de 15.544 m2 acima do solo (RC+8 pisos) e 590 lugares estacionamento em cave, bem como restaurante, ginásio e três campos de padel, que se desenvolvem em três edifícios de pequenas dimensões. Terá ainda um auditório de 150 lugares e uma ou duas cafetarias, nos edifícios principais. O projecto exclusivamente para escritórios, tem uma área por piso de 1850 m2, áreas que actualmente não se encontram no Porto, e assinatura do conhecido gabinete de arquitectos e designers Broadway Malyan, que, neste momento, está ainda a ultimar o projecto de arquitectura. Bem como o revestimento do edifício que será feito em vidro e lâminas de alumínio, com sistema de sombreamento.

Com um investimento que ronda os 100 milhões de euros, Tiago Ferreira, destaca o facto de a construção das duas torres ser feita em simultâneo e, por isso, ter escolhido uma empresa que oferece segurança no avanço da obra, como é o caso da Mota Engil.

Com a conclusão da obra prevista para Agosto/Setembro de 2019, o Porto Office Park terá a comercialização assegurada por um conjunto de consultoras, como é o caso da C&W,CBRE,JLL e Predibisa.

 

Projecto para antiga recolha da Carcereira avança 17 anos depois

Foi em 2001 que a STCP vendeu o terreno da antiga recolha de autocarros da Carcereira, na rua Sidónio Pais - num pacote que incluiu o edifício sede, na Avenida da Boavista, posteriormente vendido ao BPN, que aí construiu o Boavista Prime - à EGIC - Empresa de Gestão Imobiliária e Construção, para o desenvolvimento de um projecto de habitação. Às dificuldades colocadas pela autarquia na sua aprovação, juntou-se o início da crise, que levou o promotor a vender os terrenos à Empril, que para aí conseguiu fazer aprovar um empreendimento de quatro edifícios, três deles destinados em exclusivo à habitação e um outro com lojas a nível do rés-do-chão. Avançaram as infraestruturas, mas a crise ditou, mais uma vez, o adiamento, do projecto.

Finalmente, em finais de 2017, começou a ser visível o avanço de um novo projecto, numa zona – que apesar dos bons acessos – está a necessitar de alguma dinâmica e vai ser importante para a reabilitação da zona da Rotunda da Boavista.

Habitação topo de gama na antiga Faculdade de Farmácia

A holding Violas Ferreira comprou o edifício da antiga Faculdade de Farmácia, no Porto, aos grupos Habitat Invest e Ferreira, sendo que o objectivo é avançar com o projecto de habitação previsto e destinado a uma gama de clientes alta.

Tiago Ferreira confirma o avanço da reconversão do projecto de habitação, constituído por 45 apartamentos, com áreas entre os 120 m2 e 210 m2, distribuído por tipologias T1+1 e T2+1, embora, nesta altura, “o projecto de arquitetura ainda não esteja fechado”.

O empreendimento vai ficar dotado de estacionamento – que, neste momento, se encontra em fase de escavações -, e depois será feita a reabilitação do edifício.

Os anteriores proprietários - que compraram o edifício à Universidade do Porto -, já tinham lançado a brochura de comercialização do edifício Pharmacia, localizado na Rua de Aníbal Cunha. “Além do edifício existente, que manterá a sua traça e estilo originais, existe uma nova construção geminada à estrutura principal, com uma linguagem arquitectónica contemporânea que marca um propositado contraste entre ambos”, descreve.

Elisabete Soares

elisabetesoares@vidaeconomica.pt