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Fim das moratórias: Como evitar incumprimento

24 de setembro de 2021

Muitas famílias vão retomar em Outubro os pagamentos ou, na melhor das hipóteses, em Janeiro de 2022, sendo determinante perceberem o que podem fazer para evitarem entrar em incumprimento. 

O Doutor Finanças, especializado em finanças pessoais e familiares, alerta para o final das moratórias de crédito e dá alguns conselhos. 

“O final das moratórias é sempre um momento de tensão acumulada para as famílias, até porque, dependendo do tipo de moratória de que estamos a usufruir, o aumento dos encargos pode ser significativo. Neste sentido, sentimos que é importante explicar às pessoas o que podem fazer para evitarem problemas financeiros”, refere Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças. 

Para perceber quais as opções para evitar o incumprimento. Existem várias opções:

Pedir ajuda ao banco para evitar o incumprimento

Se estamos a atingir o nosso limite, existem soluções para reduzir os encargos de forma imediata, como por exemplo:

 Aumentar o prazo do contrato - Estender o prazo do contrato pode ser a solução para reduzir os encargos de uma forma imediata. Esta solução faz com que o valor em dívida seja pago durante mais tempo, pelo que a prestação diminui. Contudo é preciso ter atenção a duas questões: por um lado o custo total do crédito vai aumentar, por outro lado há limites para a idade no final do contrato de crédito. É preciso avaliar junto do banco se esta opção é viável. Se for, pode ser a solução para recuperar o equilíbrio financeiro.

Carência de capital - A carência de capital é uma solução que permite adiar a amortização do crédito. Neste caso, o cliente paga a parcela correspondente a juros, deixando a amortização de capital para mais tarde. Regra geral, as instituições financeiras permitem que um cliente beneficie desta solução durante um período entre 6 e 24 meses. Mas, vai sempre depender da situação do cliente. Esta alternativa permite aos clientes algum tempo para recuperarem a sua estabilidade financeira.

Diferimento de capital - O diferimento de capital permite reduzir o encargo imediato com o crédito, "empurrando" para o final do contrato uma parte significativa do empréstimo. Apenas no final, o custo do empréstimo também será mais elevado. No entanto, se estamos perante uma situação limite, esta pode ser uma opção para reduzir encargos no imediato.

Qualquer destas opções só é possível se houver acordo entre o banco e o cliente. Ou seja, tem de haver a perceção de que a solução é viável para as duas partes.

PARI e PERSI

Atualmente há dois instrumentos à disposição dos clientes para evitarem situações mais complexas. Por um lado, o Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI), que está disponível para clientes em situações de risco, mas que ainda não entraram em incumprimento. 

Numa fase já mais avançada, em que o cliente já falhou algum pagamento os bancos são obrigados a apresentar o Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI).

É dentro destes instrumentos que são apresentadas as soluções acima mencionadas.  

Consolidar créditos  

Outra opção disponível é juntar vários créditos num só. Contudo, esta solução só está acessível para pessoas que não tenham entrado em incumprimento. A consolidação traduz-se em contrair um crédito que permita pôr fim a todos os outros créditos, ficando apenas com uma única prestação. Na maioria das vezes, conseguem-se condições melhores do que a média de todos os créditos.

Rever todas as despesas

Desde os serviços básicos, como a água, a eletricidade e o gás até às telecomunicações e seguros, são vários os contratos que as famílias têm a decorrer. Existem alguns serviços dos quais não podemos abdicar, mas podemos sempre renegociar as condições. Por vezes, temos de cortar onde nos dói mais. Eliminar encargos que não queríamos eliminar, pode fazer a diferença entre conseguir chegar ao final do mês com as contas todas pagas ou não. É fundamental fazer contas e perceber quanto podemos poupar com a revisão dos encargos mensais.

Entre as despesas mais avultadas das famílias estão a prestação da casa e os seguros:

- Crédito habitação

Uma das coisas que podemos fazer é entrar em contacto com o nosso banco, de forma a saber se existe abertura para reverem as condições do nosso crédito. Depois, devemos pedir propostas à concorrência. Se nos oferecerem melhores condições noutra instituição podemos transferir o nosso crédito. 

- Contratos de seguros

Devemos ter em consideração todos os seguros que temos e analisar as apólices que contratámos.  Depois deste processo, temos de identificar as necessidades que queremos assegurar e as que não precisamos. Devemos depois investigar e comparar os produtos que existem no mercado, fazendo simulações junto de outras entidades seguradoras. Por exemplo, no caso dos seguros associados ao crédito habitação é possível conseguir gerar poupança revendo e renegociando as condições das suas apólices mesmo que o contrato de financiamento esteja a decorrer.