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Pós Covid-19: Actividade nos escritórios ainda cresceu no Porto mas já recuou em Lisboa

20 de abril de 2020

Os resultados de Março do Office Flashpoint, da JLL, indicam que as consequências da pandemia do Covid-19 já se fazem sentir nos escritórios, sobretudo em Lisboa com uma desaceleração de 54%, ao contrário do Porto que superou a capital e aumentou a ocupação. 

No mês em análise, o mercado de escritórios de Lisboa registou uma ocupação de 9.682 m2, numa clara desaceleração, quer face ao mês anterior (-54%) quer ao homólogo (-65%). Neste mês foram contabilizadas apenas 13 operações, com uma área média de 745 m2, um indicador que também recuou face ao que tem sido a realidade do mercado, com uma área média acima dos 1.000 m2. Neste mês, o CBD (zona 2) foi a zona mais activa, concentrando 64% da ocupação, e as empresas de "Serviços a Empresas" foram as mais dinâmicas, gerando metade da actividade.

No Porto, pelo contrário, o mercado apresentou em Março um desempenho em expansão, alcançando um take-up até superior ao de Lisboa. Nesse mês, a actividade atingiu 11.140 m2, num crescimento bastante expressivo, quer face ao mês anterior quer face ao homólogo, não podendo esquecer-se, contudo, que as bases nesses dois períodos são bastante baixas. Contabilizaram-se 9 operações neste mês, destacando-se a tomada de cerca de 5.900 m2 pela Concentrix no POP e de 3.000 m2 pela Vestas no Centro Empresarial Lionesa. A área média por operação aumentou assim, para 1.239 m2. O CBD Boavista (zona 1) foi o eixo mais dinâmico, concentrando 59% da ocupação.

De acordo com Mariana Rosa, Head of Office & Logistics Agency & Transaction Manager da JLL, "o mês de Março foi atípico, pois conjuga períodos pré e pós Covid-19, e isso explica a diferença de comportamentos entre Lisboa e Porto. Acreditamos que, após ter sido decretado o estado de emergência, os negócios tenham estagnado em ambos os mercados, mas as operações realizadas antes disso tiveram características diferentes, o que determinou desempenhos distintos. No Porto, houve menos operações, mas de maior dimensão, o que levou a um crescimento do take-up. Em Lisboa, a maioria das operações concretizadas foi de menor dimensão, empurrando, assim, a ocupação para baixo. Só a partir de Abril será possível aferir com maior rigor o efeito da pandemia em ambos os mercados".